sábado, 29 de outubro de 2011

A Experiência da Presença de Deus – M. Lloyd-Jones


Precisamos dar-nos conta de que estamos na presença de Deus. Que significa isso? Significa a percepção de algo de quem Deus é e do que Ele é. Antes de começar a proferir palavras, devemos sempre  proceder assim.

Devemos dizer-nos a nós mesmos: «Estou entrando agora na sala de audiências daquele Deus, o Todo-poderoso, o absoluto, o eterno e grande Deus, com todo o Seu poder, força e majestade, aquele Deus que é fogo consumidor, aquele Deus que é luz, e não há nele treva nenhuma, aquele perfeito, absoluto e Santo Deus.

É isso que estou fazendo» . . . Mas, acima de tudo, nosso Senhor insiste em que devemos aperceber-nos de que, além de tudo aquilo, Ele é nosso Pai. Oh, que compreendamos essa verdade! Se tão-somente entendêssemos que este Deus onipotente é nosso Pai mediante o Senhor Jesus Cristo! Se tão-somente compreendêssemos que . . .toda vez que oramos é como um filho dirigindo-se a seu pai! Ele sabe todas as coisas que nos dizem respeito; Ele conhece cada uma de nossas necessidades antes que Lhas contemos.

Ele deseja abençoar-nos muitíssimo mais do que desejamos ser abençoados. Ele tem opinião formada a nosso respeito, Ele tem um plano e um programa para nós, Ele tem uma ambição a favor de nós, digo-o com reverência, uma inspiração que transcende o nosso mais elevado pensamento e imaginação. . .

Ele cuida de nós. Ele já contou os cabelos de nossa cabeça. Ele disse que nada nos pode suceder fora dEle. Depois, é preciso que lembremos o que Paulo declara tão gloriosamente em Efésios 3. Ele é «poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos,, ou pensamos». Esse é o verdadeiro conceito da oração, diz. Cristo. Não se trata de ir fazer girar a roda de orações.

Não basta contar as contas. Não diga: «Devo passar horas em oração; decidi-me a fazê-lo e tenho que fazê-lo»  Temos que despojar-nos dessa noção matemática da oração. O que devemos fazer, antes de tudo, é dar-nos conta de quem é Deus, do que Ele é, e de nossa relação com Ele.

Studies in the Sermon on the Mount, ii, p. 30,1.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Insanidade do Coração - C. H. Spurgeon



O Salmista sentia sua necessidade de orientação divina. Ele acabara de descobrir a insanidade de seu próprio coração e, pra que não fosse constantemente arrastado sem rumo por ele, tomou a decisão de buscar o conselho de Deus para guiá-lo dali por diante:

“Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória”
(Sl 73.24).

Um senso de nossa própria tolice é um grande passo em direção à sabedoria, quando ela nos leva a apoiar-nos na sabedoria do Senhor. O cego ampara-se no braço do amigo e chega ao lar em segurança, e de igual modo entregar-nos-íamos implicitamente à orientação divina, nada duvidando; confiantes de que, embora não possamos ver, é sempre seguro confiar no Deus que tudo vê.

“TU ME GUIAS” – é uma bendita expressão de confiança. Ele estava certo de que o Senhor não deixaria de atendê-lo nesta tarefa – Há uma palavra para você, ó crente, descanse nela. Esteja certo de que seu Deus será seu conselheiro e amigo; Ele o guiará; Ele o levará a todos os seus caminhos.

Em sua Palavra escrita, você encontra esta certeza em parte realizada, pois a Escritura Sagrada é o conselho de Deus para você. Felizes somos nós que temos a Palavra para guiar-nos sempre! O que seria do marinheiro sem a bússola? E o que seria do cristão sem a Bíblia?

Este é um mapa infalível, um mapa que aponta cada escolho, todos os canais com bancos de areia destruidores e o porta de salvação mapeados e marcados por Quem conhece todo o caminho.

Bendito sejas Tu, ó Deus, porque podemos confiar em Ti para guiar-nos agora, e guiar-nos sempre, até o fim! Depois desta orientação ao longo da vida, por fim o salmista vislumbra uma recepção divina: “E depois me recebes na glória”.

Que pensamento para você, crente! O próprio Deus o receberá na glória! Vagueando, errando, extraviando-se, mas, apesar disso, Ele o conduzirá salvo por fim à glória! Esta é a sua porção; viva alicerçado nesta esperança hoje, e, se as perplexidades o cercarem, vá na força deste texto diretamente ao trono.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os Puritanos: Trabalho e Sucesso


Leland Ryken

O Puritanismo e o calvinismo mais comumente consideravam o trabalho como o meio pelo qual as pessoas conquistam seu próprio sucesso e riqueza? É normalmente afirmado que sim, mas procuro em vão pela substanciação da afirmativa. O calvinismo não ensina uma ética de autoconfiança, como ensina nossa ética moderna do trabalho. É, ao contrário, uma ética da graça: quaisquer recompensas tangíveis advindas do trabalho, são o dom da graça de Deus.

"Calvino mesmo havia negado que o sucesso material é sempre o resultado do trabalho."

Calvino mesmo havia negado que o sucesso material é sempre o resultado do trabalho. Era Benjamin Franklin, e não os primeiros protestantes, que tinha a confiança que "cedo dormir e cedo levantar tornam um homem saudável, abastado e sábio". Na visão calvinista, apenas trabalho não garante sucesso; mesmo quando Deus abençoa o trabalho com prosperidade, é sua graça e não mérito humano que produz a bênção. Nas palavras de Calvino: "Os homens em vão desgastam-se com labuta, e desperdiçam a si mesmos para adquirir riquezas, visto que estas também são um benefício somente através de Deus". E novamente: "Longe de nós pensar que temos qualquer direito à vã confiança. Conseqüentemente, sempre que encontrarmos a palavra 'recompensa', ou ela passar por nossa mente, compreendamos que é a extrema grandeza da bondade divina em relação a nós".

O mesmo espírito permeia o pensamento Puritano na relação entre o esforço humano e a bênção divina. Cotton Mather afirmou: "Em nossas ocupações estendemos nossas redes; mas é Deus quem põe nas nossas redes tudo que vem nelas". Robert Crowley disse a uma audiência em London Guildhall que nem a cobiça nem o trabalho árduo poderiam torná-los ricos, visto que só Deus abençoa as pessoas com o sucesso. De acordo com George Swinnock, o homem de negócios bem-sucedido nunca pode dizer que seus próprios esforços foram responsáveis pelo seu sucesso; muito embora os humanos façam a sua parte ativa, "não há a menor roda na engrenagem da natureza que não dependa de Deus para seu movimento a cada instante".

"Os Puritanos nunca conceberam o trabalho à parte do contexto espiritual e moral do serviço a Deus e ao homem."

É verdade que o estilo de vida Puritano, uma mistura de diligência e frugalidade, tendia a fazer as pessoas relativamente prósperas, ao menos parte do tempo. A coisa importante, porém, é como os Puritanos viam sua riqueza. A atitude Puritana era de que riqueza era um bem social, não uma propriedade pessoal — um dom de Deus, não o resultado de esforço humano somente ou um sinal da aprovação de Deus. A maciça pesquisa de fontes primárias de Richard L. Greaves revela que os Puritanos afirmavam que "nenhuma correlação direta existe entre riqueza e santidade... Não riquezas, mas fé e sofrimento por causa do evangelho são sinais de eleição".

Os Puritanos nunca conceberam o trabalho à parte do contexto espiritual e moral do serviço a Deus e ao homem. A mensagem muito citada de Richard M. Nixon, no Dia do Trabalho (1971), provavelmente resumiu a concepção popular da "ética Puritana do trabalho", mas se podemos dizer, é um quadro impreciso:

"A "ética do trabalho" sustenta que o trabalho é bom em si; que um homem ou mulher tornam-se uma pessoa melhor em virtude do ato de trabalhar. O espírito competitivo americano, a "ética do trabalho" deste povo,... o valor da realização, a moralidade da autoconfiança — nenhum destes sai de moda."

Acredito ter mostrado que os Puritanos não estariam contentes com tal teoria do trabalho. Seus ideais eram obediência a Deus, serviço à humanidade e confiança na graça de Deus. Na ética Puritana, a virtude do trabalho dependia quase completamente dos motivos com que as pessoas o realizavam.


Fonte: Santos No Mundo - Leland Ryken - Editora Fiel.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Comece o dia reconhecendo sua necessidade de Deus

Isto é simplesmente uma estratégia para controlar os pensamentos que permitimos em nossa mente. Em seu excelente livro Depressão Espiritual, Martyn Lloyd-Jones pergunta: "Você já percebeu que a maior parte da infelicidade em sua vida é decorrente do fato de você ouvir a si mesmo, ao invés de falar consigo mesmo?" Isto é profundo e verdadeiro.

Tome um tempo para rever e examinar seu padrão de pensamento de ontem. Você gastou mais tempo falando a verdade para si mesmo, ou ouvindo a si mesmo? A maioria de nós gasta mais tempo ouvindo mentiras do que falando a verdade para si próprio. O processo de ouvir geralmente começa logo que acordamos. O despertador interrompe rudemente o dom do sono e logo começa o processo de ouvir. Conforme seguimos, meio sonolentos, nossa rotina da manhã, não dominamos os pensamentos em nossa mente - ficamos à mercê deles. Acolhemos reclamações sobre o que aconteceu ontem ou preocupações sobre o que virá hoje. Olhamos no espelho do banheiro e avaliamos os estragos, então, ponderamos sobre como nos sentimos. Não assumimos a responsabilidade do que pensamos. Apenas aceitamos os pensamentos.

Entretanto, em vez disso, você pode declarar guerra ao orgulho falando a verdade a si mesmo, e estabelecendo as diretrizes corretas para o seu dia. Para tanto, afirme mentalmente a sua dependência e necessidade de Deus.

Extraído do livro de MAHANEY, C.J., Humildade, A verdadeira grandeza, Ed. Fiel, SP, 2008, pg 60.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Disicipulado



René Padilla

Na essência da missão está a tarefa da evangelização. No entanto, não podemos considerar que todos os cristãos concordam com o significado de tal afirmação. Minha intenção é mostrar que a evangelização genuína está a serviço exclusivo do evangelho por meio do que é, do que faz e do que diz. 

Consequentemente, não visa apenas ganhar convertidos para aumentar o número de membros da igreja, mas também formar “discípulos que aprendam a obedecer a tudo o que Jesus Cristo ordenou a seus seguidores” (Mt 28.20). Neste artigo, e nos três subsequentes, proponho-me a desenvolver essa afirmação em quatro princípios.

O primeiro é que a compreensão adequada do evangelho é um requisito básico para compreender a  evangelização.

Evangelizar é comunicar as boas novas, e as boas novas que como cristãos somos chamados a comunicar estão centradas em Jesus Cristo, incluindo sua encarnação, sua vida, sua morte, sua ressurreição, sua exaltação e sua segunda vinda. O evangelho completo inclui todos estes “eventos salvíficos”, como são chamados, e nenhum deles pode ser esquecido sem que nossa compreensão do evangelho seja afetada.

Cresci num lar evangélico e dou graças a Deus por minha herança evangélica. Entretanto, com o passar do tempo, reconheci que minha compreensão do evangelho era inadequada: havia aprendido que a salvação é pela graça, por meio da fé, “é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9), mas não havia aprendido que “somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (v. 10). Em outras palavras, havia recebido um evangelho que enfatizava os benefícios da salvação, mas deixava de lado o propósito que Deus quer realizar por meio de seu povo, no qual eu me incluo. Na prática, havia recebido um evangelho incompleto.

Posteriormente, percebi que minha falta de uma compreensão adequada do evangelho resultava do tipo de evangelização mais ou menos comum nos círculos evangélicos do meu país: uma evangelização que se especializa na “salvação individual”, entendida frequentemente como uma experiência subjetiva de perdão de pecados, mas que tem pouco ou nada a dizer sobre “a vontade de Deus de conduzir a humanidade à comunhão com ele, reconciliar os membros da raça humana entre si e restaurar toda sua criação, conforme seu propósito original”.

Quando entendi minha própria salvação à luz do propósito eterno de Deus, ficou claro que não fui salvo para ser feliz, ou para ter sucesso material, ou para livrar-me do sofrimento, mas com o fim de cooperar com Deus, ainda que modestamente, no cumprimento de seu propósito na história. E percebi a importância de me ver como membro do Corpo de Cristo e, como tal, uma pessoa chamada a participar na missão de
transformar o mundo de modo que reflita a glória de Deus, a justiça e a paz do reino que se fez uma realidade presente na pessoa e obra de Cristo Jesus. A evangelização integral só é possível sobre a base do evangelho integral.

Traduzido por Wagner Guimarães

• C. René Padilla é fundador e presidente da Rede Miqueias, e
membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana
e da Fundação Kairós. É autor de O Que É Missão Integral

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Familia Campos


"Vocês e eu, somos constrangidos a pregar o evangelho, mesmo que nenhuma alma jamais seja convertida por ele; pois o grande propósito do evangelho é a glória de Deus, visto que Deus é glorificado mesmo naqueles que rejeitam o evangelho". Charles Spurgeon
 
 
Queridos irmãos,
 
É com grande alegria que escrevemos para enviarmos boas notícias!!
 
 
De volta pra casa...
 
Depois de 3 meses no Brasil estamos retornando para o Norte da África. Somos gratos a Deus pelo período que passamos por aqui. Pelo tempo com a família e com os irmãos. Infelizmente não foi possível visitar todos nossos queridos devido ao tempo, mas foi muito proveitoso e gratificante rever a maior parte deles. Agradecemos ao nosso Senhor por todos os irmãos que nos receberam com tanto carinho e amor. Obrigado pelo apoio e pelas orações de cada um de vocês. Embarcaremos amanhã às 16:30h. Por favor, orem por nós.
 
 
Mais um na “bagagem”...
 
            Nany está grávida!!!
            Ontem foi confirmado através do exame de sangue. Estamos muito felizes!
 
Eis que os filhos são herança do SENHOR... ( Salmos 127:3 )
 
            Interessante que há alguns dias atrás nós fomos aos médicos especialistas. E os dois disseram a mesma coisa para nós: “Possivelmente vocês terão dificuldade para engravidar novamente ou terão que fazer algum tratamento para isso”.
Alguns dias depois (ontem) a notícia: Nany está grávida! Graça de Deus!!!
 
 
Alegrem-se conosco!!!!
 
Juntos servindo ao Cordeiro de Deus...
Com carinho e muita saudade...
Família Campos
Servindo ao Senhor na evangelização do povo muçulmano no Norte da África.