sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (8/8)


7. Isso nos leva ao último passo de uma igreja que se desvia da verdade: a centralidade no homem produz o fruto de uma expectativa secular em relação a Deus. A expectativa secular se baseia nas atividades de homens, criadas por se vincular a elas o nome e a bênção de Deus. Nisso, não compreendemos que temos falsificado toda a expectativa de nossa parte. Nenhuma expectativa santa é fruto de uma indignidade piedosa centralizada no homem, que rebaixa a Deus ao nível do homem.

Oh! que as igrejas transbordem de pessoas que estão cheias de expectativa santa em Deus e de uma compreensão adequada de sua própria indignidade! Somente o Espírito Santo opera essa expectativa, cujo olhar se fixa muito além do “eu” e do homem. Embora nossos pecados se acumulem até aos céus, essa expectativa santa percebe que a justiça vicária e satisfatória de Cristo ascende até ao trono de Deus e recebe o selo de sua aprovação. Com base nisso, a expectativa santa recorre ao trono da graça e ali intercede — não diante de um deus insignificante, e sim diante do grande Deus trino, do céu e da terra! A expectativa santa não pode se contentar com mundanismo, incredulidade, indiferença e ignorância. Ela abomina a apostasia e busca a honra de Deus, a conversão dos pecadores e o bem-estar da igreja!

A única esperança da igreja é Deus, pois somente Ele pode reavivar sua igreja desviada. Peça-Lhe que se lembre de nós em Cristo Jesus, o único fundamento de apelo e expectativa! Que Ele envie seu Espírito e receba tanto a sua igreja como a nós mesmos... que o homem seja crucificado, Satanás envergonhado, e multiplicados os intercessores perante o trono da graça. Que Deus receba o seu lugar legítimo entre nós, por conquista divina. “Ele, tudo em todos; nós, nada em nada”.


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel

http://www.verdadeaqualquercusto.com/2012/11/sinais-de-igrejas-que-se-desviam-joel-r.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (7/8)

6. A morte espiritual tende a desviar-se para a centralidade no homem. Se o homem é o centro da igreja, ele se torna o objeto de toda conversa, quer seja idolatrado, quer seja criticado; e Deus e sua Palavra são colocados de lado. Multiplica-se a conversa centralizada nos oficiais e ministros da igreja, e julgamos uns aos outros. Um pastor é bom; o outro, razoável; e um terceiro, não é bom de maneira alguma. Vivemos em dias em que os pastores são avaliados de acordo com escalas criadas pelo homem, e não pela escala divina da Palavra e do testemunho de Deus... A centralidade no homem é uma maldição na igreja, uma blasfêmia contra o nome de Deus, o fruto de morte espiritual e a garantia de nenhuma bênção pessoal, a menos que o Senhor a destrua! Isso é ilustrado claramente pela história de uma mulher que recebeu uma bênção no primeiro sermão que ouviu de Ebenezer Erskine... ela viajou muitos quilômetros para ouvi-lo novamente, mas não recebeu nenhuma bênção. Erskine teve graça e sabedoria para responder: “Senhora, isso é fácil de explicar. Ontem, a senhora ouviu a Palavra de Jesus Cristo; hoje, a senhora veio para ouvir as palavras de Ebenezer Erskine”.


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (6/8)

5. A ignorância intelectual e espiritual da verdade leva à praga da morte espiritual na igreja. O povo de Deus tem de começar consigo mesmo. O que aconteceu com aquelas épocas em que as pessoas eram comovidas, abaladas e convencidas pelo Senhor semanalmente? Os filhos de Deus deveriam confessar hoje: “Oh! que isso acontecesse uma vez por mês ou uma vez por ano!” Onde estão os fervorosos exercícios da vida espiritual? “Oh!”, eles confessam, “estão mortos! E o que sobra é maná deteriorado!”


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (5/8)

4. A indiferença produz seu companheiro mais próximo no percurso do desvio: a ignorância. Quando olhamos para trás, pensamos em Edwards, Whitefield, Owen, Bunyan e outros de nossos antepassados e consideramos que os sermões deles eram entendidos pelas pessoas comuns, precisamos temer que as palavras do Senhor ditas a Israel também são verdadeiras quanto à igreja de hoje: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Os 4.6).


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (4/8)


3. A incredulidade leva a igreja a desviar-se rumo a uma condição insensível de indiferença. A incredulidade nos leva a perder todo o interesse pela verdade. Quantas pessoas estão realmente interessadas em ouvir a verdadeira doutrina sendo proclamada do púlpito, a fim de aprenderem sobre a morte em Adão e a vida em Cristo? Estamos interessados em guardar as doutrinas fundamentais da soberania de Deus e da responsabilidade do homem? Sentimos deleite em ouvir ambas sendo pregadas por completo, à medida que fluem do texto bíblico que está sendo exposto?

Devemos ter desejo de ouvir todas as ricas doutrinas das Escrituras sendo pregadas em sua plenitude, todas elas fundamentadas no âmago do evangelho — Jesus Cristo, e este crucificado —, assim como os raios estão firmados no cubo de uma roda. Estamos interessados nas doutrinas do amor infinito de Deus e da redenção completa por meio do sangue de Cristo? Cuidamos em entender a necessidade do Espírito Santo, da justificação, da santificação, da perseverança?

Precisamos estimar a doutrina experimental, em vez de nos tornarmos indiferentes para com ela. Temos interesse em ouvir sobre a necessidade da graça salvadora, a plenitude dessa graça e os seus frutos?

Finalmente, não podemos ser indiferentes em relação a ouvir sobre as marcas da graça — marcas que fazem distinção entre a obra de Deus e a obra do homem, a fé salvadora e a fé temporária, o verdadeiro tremor (Fp 2.12) e o tremor demoníaco (Tg 2.19), as convicções inalteráveis e as convicções comuns.

Vivemos em uma época terrivelmente descuidada e indiferente. O interesse pela verdade está desaparecendo, e muitas das distinções que acabamos de mencionar estão se tornando desconhecidas, cada vez mais, até mesmo para os membros de igrejas... Alguns não podem mais ver a diferença entre as marcas bíblicas da graça manifestadas na experiência diária e as marcas da graça demonstradas na história. Não tomam tempo para ler as obras de nossos antepassados e estudar as diferenças; não ouvem sobre as distinções e se tornam apáticos.

Por natureza, não nos preocupamos com nenhuma dessas coisas. Vivemos no mesmo nível das bestas. Nossa vida parece não ser mais do que trabalhar, comer e morrer. Somos inclinados a desviar-nos, por amor à nossa reputação e à nossa vida. Colocamos o “eu” acima da doutrina, e essa é a razão por que podemos continuar vivendo sem nos convertermos.

Os filhos de Deus amam a pregação perscrutadora, experimental e discriminatória, não importando quão difícil ou estressante ela seja. Por natureza, preferimos uma falsa segurança ou uma reivindicação presunçosa, mas os filhos de Deus preferem ser mortos a serem enganados. Por experiência, eles sabem que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Sabem que é muito mais fácil alguém ser enganado do que conhecer a verdade.

Portanto, nem choro intenso, nem noites de oração a sós com Deus, nem mensagem falsificada (embora pareça-se muito com a mensagem genuína), nada disso os satisfará. Eles precisam de mais do que lágrimas, orações, arrependimento, indignidade e humildade. Precisam de algo e alguém de fora deles mesmos. Precisam de Cristo. Necessitam de Cristo e da verdadeira doutrina ardendo em sua alma por meio do Espírito Santo. E nunca experimentarão isso de modo suficiente. Eles clamarão: “Senhor, confirma essa mensagem com o Teu selo divino de aprovação, para que eu saiba que é a Tua doutrina inscrita nos recessos de minha alma, e não a minha própria doutrina —a minha própria inscrição, lágrimas e obras”.

A vida dos filhos de Deus é caracterizada por buscarem, cada vez mais, a doutrina produzida pelo Espírito Santo, experimentada na alma e abençoada pelo céu. Eles anelam pela verdade que os libertará e banirá toda dúvida com seu poder dominador — a verdade que lhes enternecerá e abençoará a alma. Esse é também o seu desejo? Ou a sua religião não passa de tradição misturada com convicções comuns e ocasionais? Um cristianismo trivial e um conhecimento diminuto satisfazem a sua consciência? E, por isso, você coloca a sua alma em segundo plano? Você está contente com a estrutura da religião, sem o conhecimento no coração?

Se você pode sinceramente responder “sim”, então está se desviando a cada dia, a cada sermão, a cada domingo. É uma verdade severa, mas autêntica: por natureza, estamos pedindo ao Senhor o caminho mais curto para a condenação. Somos inclinados a nos desviar, rumando diretamente ao inferno. Que o Senhor abra os nossos olhos, antes que seja tarde demais!


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel

http://www.verdadeaqualquercusto.com/2012/11/sinais-de-igrejas-que-se-desviam-joel-r.html


domingo, 9 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (3/8)


2. O mundanismo inclina a igreja a desviar-se cada vez mais e a uma condição insensível de incredulidade. O próprio Senhor Jesus lamentou a respeito de sua geração: “Mas a quem hei de comparar esta geração? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes” (Mt 11.16-17).
Isso não é um retrato da igreja de nossos dias? Se o tom fúnebre da lei é pregado, quantos pecadores choram? Se o tom nupcial do evangelho é proclamado, quantos pecadores infelizes são trazidos ao regozijo? Em geral, podemos dizer que a lei parece não causar tremor, e o evangelho parece não despertar anelo... Cada um de nós poderia confessar: “Tornei-me insensível à lei e ao evangelho — temo o próprio inferno”?

Até a pregação sobre a condenação do inferno está causando menos e menos impressão. E a pregação sobre o céu? Por natureza, não queremos nem uma, nem outra. Um ateísta disse certa vez: “Pode ficar com o seu céu e o seu inferno; dê-me apenas esta terra”. Não ousamos dizer tal coisa, mas será que vivemos com isso em nosso intimo? A incredulidade nos torna ateístas. O inferno não é mais inferno, o céu não é mais céu, a graça não é mais graça, Cristo não é mais Cristo, Deus não e mais Deus, e a Bíblia não é mais a eterna Palavra de Deus.

A incredulidade também nos torna insensíveis à verdade. Podemos saber a verdade em nosso intelecto, mas ela não nos mudará eternamente, se não for enxertada em nosso coração.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (2/8)


1. Quando a igreja começa a desviar-se, o primeiro sinal visível é, comumente, um aumento do mundanismo. Na vida diária, na conversa e, inclusive, no vestir e na moda, o espírito do mundo começa a infestar a igreja. Aquilo que se introduziu com vergonha na igreja começa a andar com liberdade, sendo freqüentemente encoberto ou ignorado, em vez de exposto e admoestado. A linha nítida de separação entre a piedade e o mundanismo começa a se tornar obscura.

Em vez de andarem em direções diferentes, o mundo e a igreja começam a ter mais coisas em comum, trazendo maior detrimento para a igreja. Alguns dos membros da igreja começam a ir a lugares mundanos, tomar parte nos entretenimentos do mundo e fazer amigos das pessoas do mundo. Alguns crentes introduzem em seu lar todos os tipos de meios de comunicação sem avaliar que controle exercerão. Por conseqüência, logo se tornam habituados à mentalidade contemporânea do mundo.

Pessoas mundanas, entretenimentos mundanos, costumes mundanos, lugares mundanos — não foi sobre essas coisas que Oséias advertiu, quando o Espírito Santo o guiou a escrever: “Efraim se mistura com os povos” (Os 7.8). O pecado de mundanismo crescente é o primeiro passo da igreja em direção ao declínio e um passo trágico espiral do desvio.


Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel 

http://www.verdadeaqualquercusto.com/2012/11/sinais-de-igrejas-que-se-desviam-joel-r.html

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sinais de Igrejas que se desviam - Joel R. Beeke (1/8)


Nós próximos 7 dias teremos uma artigo por dia sobre este tema. A começar pela introdução que segue:

A igreja contemporânea está seguindo a Palavra e os caminhos do Senhor, detestando todos os outros caminhos? O temor do Senhor, o amor à verdade e à glória de Deus e o desejo de andar de acordo com todos os mandamentos do Senhor prosperam na igreja de Deus? Diante de Deus e dos homens, temos de confessar, honestamente, que a resposta é não. Sim, ainda existe uma verdade exterior, um crescimento visível e privilégios espirituais públicos em um nível que a igreja das eras passadas dificilmente possuía. Israel podia reivindicar possuir estas coisas — verdade exterior, crescimento visível e privilégios espirituais públicos — enquanto, ao mesmo tempo, se desviava do Senhor...

Uma igreja tende a desviar-se de um fundamento seguro. Por isso, Deus convoca a sua igreja a conscientizar-se de como se inicia, floresce e termina o desvio. Temos de conhecer bem os ardis e os planos metódicos de Satanás que procuram levar a igreja a uma abominável condição de desvio. À luz da revelação do Espírito Santo, a história de Israel e da igreja mostram um padrão claro de desvio gradual, um padrão que consideraremos em detalhes.

Extraído do livro Backsliding: Its Disease and Cure (Desviar-se: Sua Condição e Cura), publicado por Reformation Heritage Books.

Fonte:Fiel 

http://www.verdadeaqualquercusto.com/2012/11/sinais-de-igrejas-que-se-desviam-joel-r.html




quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

QUATRO ONDAS DE MUDANÇA EM MISSÕES - John Piper


Se Deus se agradar em responder nossas orações em favor de missões, elas podem se tornar quatro ondas que vêm sobre milhares de pessoas e igrejas. Estas são as ondas pelas quais estou orando:

Onda 1: colocar a evangelização mundial nas paixões de uma nova geração.

"Missional" é a palavra de nossos dias. Contudo, a obra de missões não é realizada sempre no mundo. Fazer missões significa transpor uma barreira étnica e lingüística (que pode exigir 20 anos), a fim de implantar o evangelho em um povo que não tem acesso ao evangelho. O obra de missões elabora estratégias para alcançar não somente pessoas não-alcançadas, mas também povos não-alcançados. "Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos" (Sl 67.3). A Onda 1 se tornaria o DNA de "missional".

Onda 2: entretecer de novo o horror do inferno em nossa compaixão.

Eu oro para que o slogan de missões mundiais seja: nós nos preocupamos com todo sofrimento, especialmente o sofrimento eterno. Todas estas palavras são importantes: sofrimento, eterno, especialmente, todo, preocupamos, nós. Cada uma delas denota carga. A Onda 2 resultaria em que essa carga seria carregada em milhares de trens evangélicos direcionados à vizinhança e às nações.

Onda 3: destruir percepções erradas sobre o que é necessário em missões.

Espero que nosso pensamento sobre a evangelização dos povos destrua a noção de que missões podem ficar em nossa pátria agora, porque todas as nações têm vindo até nós. A região em que eu moro está sendo atualmente referida pela City Vision como "a mais etnicamente diversa e única da América, onde se fala mais de 100 línguas". Isso muda bastante a maneira como fazemos missões. Mas uma coisa que isso não muda é o fato de que o Joshua Project cataloga não algumas centenas, e sim 6.933 povos que, globalmente, não têm uma presença auto-sustentável do evangelho. Outro conceito errado que eu gostaria de ver destruído é o de que os ocidentais devem apenas mandar dinheiro, em vez de irem como missionários. Minha paráfrase: que outros dêem o seu sangue. Nós damos o nosso dinheiro. Falando de maneira realista, a maioria dos povos não-alcançados não tem melhor acesso ao nosso dinheiro do que nós o temos. "Não-alcançado", em seu sentido pleno, significa: não há nenhum missionário no povo para o qual você poderia enviar dinheiro, se quisesse fazer isso. Portanto, a Onda 3 resultaria em fazer tudo: missões aos povos não-alcançados que vivem entre nós, apoiar missões de outras igrejas que enviam e, em especial, mobilizar sua própria igreja para alcançar os milhares de povos que não têm acesso ao evangelho.

Onda 4: convencer os pastores de que uma paixão pela glória mundial de Deus é boa para os crentes de nosso país.

Se a luz de sua vela pode brilhar até milhares de quilômetros, ela está queimando com bastante intensidade no seu próprio lar. Que tipo de cristãos queremos que nossas igrejas produzam? Considere: cristãos indiferentes, que gastam maior parte de seu tempo livre em entretenimento mundano, raramente oram, choram ou trabalham para alcançar os povos que perecem. Não os afague. Confronte-os. Exorte-os a ter uma vida. Assistir a filmes todas as noites os deixa espiritualmente sem poder e vazios. Eles precisam de uma causa muito nobre pela qual podem viver. E pela qual podem morrer. A Onda 4 faria de missões mundiais o ponto de ebulição para muitos crentes despertados.
Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright©2011 Desiring God Ministries
Copyright©2011 Editora Fiel

Traduzido do original em inglês: Four Waves of Change in Missions.

Publicado originalmente do blog: Blog Desiring God.
Fonte: www.editorafiel.com.br

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Enfraquecendo a Raiz do Desejo Mau



1. Um enfraquecimento habitual do mau desejo

Toda lascívia (desejo mau) é um hábito depravado, que continuamente inclina o coração para o mal. Em Gênesis 6:5, temos uma descrição de um coração no qual o pecado não foi mortificado: "era continuamente mau todo desígnio do seu coração". Em todo homem não convertido, há um coração que não foi mortificado e que está cheio de uma variedade de desejos ímpios, e cada um desses desejos está continuamente clamando por satisfação.

Concentrar-nos-emos apenas na mortificação de um desses desejos. Este desejo (pense no pecado que mais lhe atrai) é uma disposição forte, habitual, e profundamente enraizada, que inclina a vontade e os sentimentos para certo pecado em particular. Uma das grandes evidências de tal desejo mau é a tendência para se pensar nas diversas maneiras de gratificá-lo (veja Rom. 13:14). Este hábito pecaminoso (ou seja, a lascívia ou desejo mau) opera violentamente. "Fazem guerra contra a alma" (1 Ped. 2:11) e buscam tornar a pessoa um "prisioneiro da lei do pecado" (Rom. 7:23). Ora, a primeira coisa que a mortificação efetua é o enfraquecimento deste desejo mau, de modo que se torna cada vez menos violento nos seus esforços para provocar e seduzir a pecar (veja Tiago 1:14,15).

A esta altura, é preciso que se faça uma advertência. Todos os desejos maus têm o poder de seduzir e provocar alguém a pecar, porém parece que não têm, todos eles, o mesmo poder. Há pelo menos duas razões pelas quais alguns desejos maus parecem ser muito mais fortes do que outros:

a) Um desejo mau pode ser mais forte do que outros na mesma pessoa e também mais forte do que o desejo numa outra pessoa. Há muitas maneiras pelas quais este poder e vida extras são dados, mas especialmente isso ocorre por meio da tentação.

b) A ação violenta de alguns desejos maus é mais óbvia do que a de outros. Paulo sublinha uma diferença entre impureza e todos os outros pecados. "Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1 Cor. 6:18). Isso significa que pecados dessa natureza são mais facilmente discerníveis do que outros. Contudo, uma pessoa com um amor desordenado pelo mundo pode estar debaixo do poder desse desejo mau (embora esse poder não seja tão óbvio) tanto quanto outro homem que é cativado por um desejo mau ou por uma imoralidade sexual.

A primeira coisa, então, que a mortificação efetua é um enfraquecimento gradual dos atos violentos do desejo mau, de modo que seu poder para impelir, despertar, perturbar e deixar a alma perplexa seja diminuído. Isso é chamado de crucificar "a carne, com as suas paixões e concupiscências" (Gál. 5:24). Esta linguagem é muito gráfica, como se pode ver na seguinte ilustração:

Pense num homem pregado numa cruz. A princípio o homem se esforçará, lutará e clamará com grande intensidade e poder. Depois de certo tempo, à medida em que vai perdendo sangue, seus esforços se tornam fracos e seus gritos baixos e roucos. Da mesma maneira, quando um homem se propõe a cumprir seu dever de mortificar o pecado, há uma luta violenta; todavia à medida em que a força e a energia do desejo mau se esvai, seus esforços e gritos diminuem. A mortificação radical e inicial do pecado é descrita em Romanos, capítulo 6, e especialmente no versículo 6:

"Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem" - para qual propósito? - "para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos ao pecado como escravos".

Sem esta mortificação inicial e radical, realizada mediante união com Jesus Cristo, como descrita em Romanos, capítulo 6 (no próximo capítulo diremos mais sobre isto), uma pessoa não pode fazer progresso na mortificação de um único desejo mau. Uma pessoa pode dar pauladas no mau fruto de uma árvore má até ficar esgotada, porém enquanto a raiz permanecer forte e vigorosa nenhum grau de espancamento impedirá que a raiz produza mais frutos maus. Esta é a tolice que muitas pessoas praticam quando se dispõem com todo fervor a quebrar o poder de qualquer pecado em particular, sem realmente atacar e ferir a raiz do pecado (como acontece quando um cristão é unido a Jesus Cristo).

2. Uma contenda e uma luta constante contra o pecado

Quando o pecado é forte e vigoroso, a alma não consegue fazer grande progresso espiritual. A não ser que constantemente lutemos contra o pecado, ele crescerá forte e vigorosamente, e nosso progresso espiritual será constantemente impedido. Há três coisas importantes no contendermos com o pecado. São as seguintes:

a) Precisamos conhecer nosso inimigo e estar determinados a destruí-lo por todos os meios possíveis. Temos que lembrar que estamos num conflito acirrado e árduo, um conflito que tem sérias consequências. Precisamos estar alertas "conhecendo cada um a chaga do seu coração" (1 Reis 8:38). Precisamos guardar-nos de pensar levianamente nessa chaga. E de se lamentar que muitos tenham tão pouco conhecimento do grande inimigo que levam com eles nos seus corações. Isso os torna dispostos a se justificarem e a ficarem impacientes com qualquer reprovação ou admoestação, não se apercebendo de que estão correndo perigo (veja 2 Cron. 16:10).

b) Precisamos nos esforçar para aprender os modos de agir de nosso inimigo, suas estratégias e os métodos de combate que ele emprega, as vantagens que ele procura obter e, até mesmo, detectar as ocasiões quando o seu ataque é mais bem sucedido. Quanto mais soubermos estas coisas, melhor estaremos preparados para lutar e contender com o pecado. Por exemplo: se observarmos que o inimigo repetidamente se aproveita de nós, e leva vantagem, em determinada situação, então procuraremos evitar essa situação. Precisamos buscar a sabedoria do Espírito contra as ciladas do pecado que habita em nós, para que possamos rapidamente discernir as sutilezas do nosso inimigo e frustrar seus planos maus contra nós.

c) Precisamos empenhar-nos diariamente para utilizar todos os meios que Deus ordenou para ferir e destruir o nosso inimigo (alguns desses serão mencionados mais adiante). Jamais devemos permitir que sejamos conduzidos a uma falsa segurança, pensando que nossos desejos pecaminosos já estão mortos devido estarem quietos. Em vez disso precisamos aplicar-lhes novos golpes e surras todos os dias (veja Col. 3:5).

3. Sucesso na nossa oposição e no nosso conflito com o pecado que habita em nós. 

Quando há frequente sucesso contra qualquer desejo mau, isso é uma outra evidência da mortificação do pecado. Por sucesso queremos significar uma vitória sobre ele, acompanhada da intenção de dar sequência a essa vitória e atacar novamente. Por exemplo: quando o coração detecta as ações do pecado que habita em nós (procurando nos seduzir, nos atiçar, influenciar nossa imaginação, etc) ele imediatamente ataca o pecado, o expõe à lei de Deus e ao amor de Cristo; ele o condena e o executa.

Quando uma pessoa experimenta tal sucesso e sabe que a raiz do desejo mau foi, na verdade, enfraquecida, e que sua atividade foi contida de modo que não pode mais impedi-lo de cumprir o seu dever ou interromper sua paz como acontecia antes, então o pecado foi, em considerável medida, mortificado.

Este enfraquecimento da raiz do desejo mau é realizado principalmente pela implantação, continuidade e cultivo constante da vida espiritual da graça, que se coloca em oposição direta ao desejo mau, e lhe é destruidora (compare com o capítulo 4, pág. 110, item 2). Desse modo, pela implantação e pelo crescimento da humildade, o orgulho será enfraquecido. Da mesma maneira, a paciência tratará da paixão; a pureza da mente e da consciência cuidará da impureza; a mente celestial porá fim ao amor deste mundo, e assim por diante.

- por John Owen (1616-1683)

http://2timoteo316.blogspot.com.br/2012/11/enfraquecendo-raiz-do-desejo-mau.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MISSÃO DE DEUS OU "FAZER" MISSÕES?




Nasci em família cristã e vim ao Brasil aos quatro meses de idade com meus pais. Sempre nos foi transmitida a idéia de que éramos “missionários” porque saíramos de nossa terra e viéramos a outro país realizar a obra de evangelização e plantação de igrejas. Meus pais labutaram dezessete anos no Brasil, ligados ao Board of Foreign Missions da Southern Presbyterian Church e afiliados ao West Brazil Mission. Nosso primeiro lar foi em Patrocínio, MG, onde fui batizada ainda pequenina. Meus pais aprenderam a língua portuguesa e eu aprendi a falar na língua deles bem como na língua dos “objetos do seu esforço”. Após “dominar” a língua, meu pai foi designado para o pastoreio em Monte Carmelo, Minas, e minha mãe atuava como educadora cristã, enfermeira, parteira, organista ou acordeonista, dependendo de o culto ser dentro da igreja ou algum outro lugar, para onde o acordeão era facilmente transportado. Eu acompanhava meus pais para todo lado e sentia-me privilegiada por ser missionária com eles.

Com quatro anos de idade, sob forte convicção de pecado, percebi que nunca aceitara pessoalmente a Jesus como meu Salvador, e orei com minha mãe para receber Jesus no coração.  Meus pais liam a Bíblia comigo e, depois que aprendi a ler, orgulhava-me de fazê-lo sozinha, orar e cantar hinos e corinhos – e evangelizar outras crianças vizinhas. Um hino que aprendi cedo foi “Mesmo um menino pode crer na salvação de Deus” (Cânticos de Salvação para Crianças, APEC) e também cria fielmente na letra de outro: “Posso se um missionariozinho ao falar de Cristo ao meu companheirinho; posso trabalhar em minha terra; manda-me pois Senhor”.

 A ideia que eu imitava e compartilhava com meus pais e com outros crentes – tanto missionários quanto “objetos”[1] da missão, era que seríamos missionários por haver saído de uma terra de origem para pregar a outro povo – e assim, éramos um pouco mais importantes (e mais dedicados!) no reino de Deus do que os crentes comuns. Isso trazia também mais responsabilidades: eu tinha de ter um melhor comportamento que o de meus amiguinhos, ser exemplo de crente e sempre agir como “filha do Rei” (ou filha de missionário).

Depois de um ano de férias nos Estados Unidos, onde de certa forma éramos “celebridades” – pelo menos entre as igrejas que participavam de nosso sustento – voltamos ao Brasil, desta vez para Goiânia. Ao pastorado papai acrescentou a atividade de programa de rádio, e minha mãe nos ensaiava (minha irmã e eu) para cantarmos duetos na rádio – críamos piamente que nós mesmas estávamos evangelizando através da música. Jamais admitimos (a nós ou aos outros) nosso orgulho exibicionista (eu sou filha do Rei… herdeira com Cristo, sim, sou filha do Rei, uai! É bom demais da conta!) porque estávamos proclamando o evangelho.

Aos onze anos viajei com uma família da missão Novas Tribos para o norte de Goiás (hoje Tocantins) onde atuavam como missionários entre os índios. Fiquei empolgada com seu trabalho. Um ano depois, em uma conferência de um avivalista em Goiânia, fui à frente atendendo o chamado de Jesus, decidindo que serviria ao Senhor onde quer que ele mandasse. Na época, estava fascinada pelo evangelismo de judeus e até me correspondi com diversos missionários (adultos) para aprender mais sobre esse trabalho. Missões, até então, era um trabalho que dependia da nossa decisão e realização!

Meus pais deixaram a missão presbiteriana e se tornaram batistas independentes, e nessa ocasião eu os acompanhei “às águas”. A igreja a que nos filiamos era avivada e zelosamente legalista. Passei a ensinar na escola dominical para uma classe de meninas de oito anos. Sentia-me realizada como missionária mirim que se achava grande coisa para Jesus.

Muitas pessoas foram influenciadas por meus pais. Em 1984 – apesar de ele haver se afastado do ministério desde 1965 e abandonado minha mãe, bem como suas filhas, desde o meu casamento em dezembro de 1966 –  diversos “frutos de seu antigo ministério” agora atuantes líderes nas igrejas pelo Brasil afora, pela graça de Deus estavam presentes no sepultamento do papai.

Juntamente com meu marido e outros nove alunos, fui da primeira turma do Instituto Bíblico Palavra da Vida, preparando-me para missões. Continuava com a visão missionária de “ir” – sair de uma terra para um lugar distante a fim de compartilhar as boas novas – como fez Carrey, o primeiro missionário da era moderna.

Ali, começamos a aprender que o imperativo de Mateus 28.29-30 não era um de ir, mas de fazer discípulos onde quer que estivéssemos indo. Respirávamos missões desde o acordar até o dormir – e muitas vezes sonhamos com algum lugar distante onde serviríamos com abnegação ao Senhor da Seara.

Quando nos casamos, tínhamos em mente que seria em algum canto obscuro entre índios, mas começamos a nos empolgar também pelo evangelismo de judeus e, em janeiro de 1969, logo após a ordenação do Wadislau, fomos para Belo Horizonte como os primeiros missionários da Missão Brasileira Messiânica. Nosso filho Davi, “pequeno missionário” (com um ano e três meses!) nos acompanhava nas idas para “levantamento de fundos” e pregação da palavra.

Os anos foram passando, e alguns conceitos foram mudando. O evangelho de Jesus Cristo conforme ensinado no Antigo e no Novo Testamento, não muda – mas nosso conceito de missões foi se expandindo e sendo burilado pelo Espírito Santo. Hoje entendemos que não somos nós que “fazemos missões” – a missão é de Deus – parte de Deus e não de nossas obras, e é realizada por ele. Missão é um termo de propósito ou alvo em longo prazo que será atingido mediante objetivos próximos e ações planejadas. Dentro dessa missão tão ampla, há espaço para missões subordinadas, no sentido de tarefas específicas designadas por uma pessoa ou grupo de pessoas, que serão realizadas como passos em direção à missão mais ampla. Mas temos uma abordagem missiológica de toda a Bíblia, porque a missão é de Deus e ele fala através de sua Palavra, ensinando “o propósito pelo qual a Bíblia existe, o Deus que a Bíblia nos entrega, o povo cuja identidade e missão a Bíblia nos convida a compartilhar, a história que a Bíblia conta sobre Deus e sobre esse povo, bem como sobre o mundo inteiro e seu futuro, que abrange passado, presente e futuro, a vida, o universo e todas as coisas…”[2]

Estamos aprendendo missões na palavra de Deus. Lemos a Bíblia de forma missional, como matriz hermenêutica para nosso entendimento da Escritura e do mundo. Enquanto cumprimos a missão de Deus no mundo de fazer convergir nele (Jesus Cristo, Deus encarnado – Ef 1.10) todas as coisas, para a sua glória, ele faz em nós tanto o querer quanto o realizar.[3]

Não tenho a profissão de missionária; sou professora de inglês ainda que hoje não a exerça; sou tradutora de livros, comunicadora e escritora. Minha função primária é de ajudadora de meu marido e apoio para filhos, noras, netos e quem porventura chegar a nossa casa.

Tenho funções polivalentes, como um canivete suíço, mutáveis e sempre em transição, com a meta de amar, obedecer e servir a Deus em casa ou por onde passar até os confins da terra. Sou enviada a cumprir a missão de Deus, pois desejo proclamar o evangelho da missão de Deus em palavra e vida. Sou uma missionária fracassada, pois não tenho grandes feitos em meu currículo – mas sirvo a um grande Deus de visão missional – e continuarei nisso até que ele me leve à sua presença total nas bodas do Cordeiro.

Aqui na terra, aprendo a cada dia com obreiros que servem às crianças, aos atletas, aos idosos, aos jovens, aos hospitalizados, aos indígenas, aos universitários, aos judeus, aos pescadores e a toda espécie de pecadores – aprendendo cada dia a conhecer melhor a Jesus, o poder da sua ressurreição e a comunhão de seus sofrimentos (Fp 3.10). Não existe vida melhor que essa! Não existe outra missão senão essa – glorificar a Deus e gozá-lo para sempre[4].

Elizabeth Gomes


[1] Essa idéia de “objeto” ou “alvo” estava sempre implícita nessa “bulls’-eye theology” (centro do alvo) adotada por missionários, obreiros e “crentes comuns.”
[2] Wright, Christopher, The Mission of God, Downers Grove: InterVarsity, 2012, p. 23
[3] Ibid, p.32
[4] Primeira resposta do Catecismo de Westminster


http://coramdeocomentario.blogspot.com.br/2012/10/missao-de-deus-ou-fazer-missoes.html

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Carta Mayara


Queridos irmãos,

      Agradeço a Deus por ter me resgatado das trevas para a Sua maravilhosa luz, desde 2003. Também sou grata por ter me colocado na Primeira Igreja Batista em Extrema e posto em mim o desejo em preparar-me para servi-Lo onde quer que eu esteja.

         Esse desejo de ir ao Seminário Bíblico Palavra da Vida vem desde os meus primeiros anos de conversão, aonde por duas vezes cheguei a pedir a autorização dos meus pais que, pela soberania divina, não aprovaram. Após isso Deus direcionou-me a fazer um curso técnico em enfermagem, o que me ajudará muito no ministério. Porém, por meio do curso, o novo emprego na Santa Casa de Bragança Paulista e más escolhas, acabei afastando-me da igreja e dos propósitos Dele pra mim.

No entanto, Deus com Sua infinita bondade, misericórdia e graça, em meados deste ano trouxe-me de volta a Seus planos e vontades; restaurou em mim o desejo de servir integralmente a Ele. Ao longo desses meses tenho visto as respostas de Deus quanto a ir, com o apoio da minha mãe e aceitação do meu padrasto; a alegria de amigos e familiares e a forma como tem sido conduzido todo o projeto.

Ir para o SBPV significa dar o primeiro passo para meu preparo para o campo que Deus queira que eu trabalhe. Estarei fundamentando minha fé e a desenvolvendo através do aprofundamento do estudo da palavra e relacionamento com Deus, pela causa de Cristo, para ser um instrumento hábil em Suas mãos. (2 Co 4: 5; Rm 10:14-15).

Há um custo para isso, o valor é aproximadamente R$ 1.500,00. No valor está agregado:

Moradia: um dormitório com banheiro (incluso água e luz);
Alimentação: com 3 refeições diárias (café da manhã, almoço e janta);
Estudos: aulas diárias, materiais didáticos, biblioteca e internet.

         Esse curso é oferecido em regime integral, não sendo assim possível um trabalho assalariado e o custo parece assim ainda maior do que realmente é. Mas conto com o sustento proveniente de Deus, Criador de todos e tudo o que há (Sl 24:1), usando a vida dos irmãos para isso (1 Jo 3: 17; Lv 25: 35; Dt 15:7).

         Sei que cada um tem seus compromissos, mas creio que Deus pode dar insuperável graça a vocês, para contribuírem e investirem no reino através de mim com alegria independente do valor (2 Co 9: 7-15; Fp 4: 17; 1Cr 29: 5b, 8-9).

         Amados, qualquer oferta é bem vinda, não se constranja com aquilo que pode me dar, se R$0,01, que assim seja com alegria, Deus é poderoso para multiplicar. Peço por fidelidade, não a mim, mas à obra. Comprometa-se comigo para a glória do nosso Pai!

Em Cristo,

Mayara Cristina de Souza Olimpio

Contatos

Celular: (35) 9110-4767
E-mail: mcsouza.olimpio@gmail.com

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ECCLESIA REFORMATA ET SEMPER REFORMANDA EST


A Origem do Termo. “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda est”. A tradução significa “Igreja Reformada está Sempre se Reformando”. Seu autor foi um teólogo holandês chamado Gisbertus Voetius (1589-1676), que formulou essa expressão durante o Sínodo de Dort (1618-1619).

O Sentido do Termo. Numa errônea interpretação do termo, alguns têm afirmado que Voetius tinha a intenção de dizer que a “Igreja Reformada está sempre mudando”.

Voetius não tinha, absolutamente, a intenção de negar que a Igreja passa por uma constante Reforma, mas o que ele queria destacar, é que o alvo da Igreja é sempre retornar as Escrituras, que tinham sido a base sólida e viva da Reforma Protestante do século XVI. (Augustus Nicodemus Lopes)

A Aplicação do Termo. Portanto, dizer “Igreja Reformada sempre Reformando”, significa que a Igreja deve passar por constantes Reformas, que a faça voltar sempre a sua origem e fundamento, as Escrituras Sagradas. Toda vez que a Igreja está se distanciando da Palavra de Deus, é preciso que haja, urgentemente, uma nova Reforma, ainda que comece apenas no âmbito local, atingindo o todo. Nesse sentido, podemos destacar dentro muitos, três aspectos da Reforma:


I. A Reforma na Doutrina. Nela encontramos os pilares da Reforma, conhecidos como “Os Solas da Reforma”: Sola Scriptura (Somente as Escrituras), Solus Christus (Somente Cristo é a nossa Salvação), Sola Gratia (Salvação Somente pela da Graça), Sola Fide (Justificação Somente pela Fé) e Soli Deo Glória (Glória Somente a Deus).

II. A Reforma no Culto. Pressupostos do Culto Reformado: Deve ser em “espírito e em verdade” (Jo 4.23-24). É somente para a glória de Deus (Sl 115.1) e é Cristocêntrico (Hb 9.11-12). Elementos do Culto Reformado: Leitura das Escrituras, Orações Reverentes, Hinos Bíblicos, Dízimos e Ofertas, Exposição das Escrituras e Ministração dos Sacramentos. Qualquer coisa, além disso, é anti-bíblico.

III. A Reforma na Vida. A Reforma impactou todos os aspectos da vida: Estudo da Palavra, Oração e Meditação, Santidade na Vida e Testemunho Pessoal. Quando falamos de Reforma, falamos de algo que transcende o conhecimento e a razão e atinge a vida, ou seja, a prática.

Hoje, quase 500 anos depois, a Igreja tem se distanciado da Palavra novamente, por isso, uma nova Reforma se faz necessária. Não há mais o que esperar. Clamemos por um retorno imediato as Escrituras (Is 40.8): “Igreja Reformada sempre se Reformando”. Soli Deo Glória!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Viagem Missionária - Comunidade Indigena

Olá queridos irmãos. Graça e paz!

Gostaríamos de lhes compartilhar a respeito de uma Viagem Missionária que faremos na próxima semana (de 01 a 06 de outubro).

Iremos junto com um grupo de aprox. 20 pessoas do seminário (Grupão Cox) à uma comunidade indígena na cidade de Avai - SP, perto de Bauru.

Durante esta semana, faremos várias visitas, muito evangelismo, serviços de construção, atividades na escola pública e apoio à igreja em geral, com estudos, pregações, louvor, etc.
Uma atividade de destaque é uma corrida/maratona que será feita no sábado. É um evento muito esperado pelos indígenas, pois como já aconteceu em outros anos, então eles já conhecem. Será determinado um circuito e ao término, ao invés da pessoa receber uma medalha, ela vai receber um tênis. Algo bem simples, mas que para eles terá um grande valor.

O que sabemos a respeito deste local é que se trata de uma comunidade bem carente, com alguns crentes, uma aldeia com muito contato com a cidade e que nestes últimos dias tem passado por diversos problemas por causa da política. Mas não sabemos detalhes do local.

Orem conosco por alguns motivos pontuais:

  • Pra que Deus prepare os corações das pessoas, pois somente dessa forma a semente lançada poderá dar frutos;
  • Por união do grupo;
  • Pela programação que está prevista, pra que saibamos lidar com imprevistos que com certeza irão surgir
  • Pela saúde de todos;
  • Pra que a gente consiga levantar os gastos da viagem, teremos um gasto de aprox. R$ 200,00;
  • Pra que Deus abra o coração do grupo que vai nesta viagem, pois sempre quem participa é muito impactado e tem muito a aprender;
  • Pra que seja uma viagem frutífera, que o amor e devoção a Deus possam aumentar depois desta viagem (Tanto o nosso, quanto o dos indígenas)

Somos gratos a Deus pelo privilégio de poder servi-Lo. E você que tem orado e investido em nosso ministério também faz parte desta obra, somos cooperadores do Rei. Nós estamos numa função diferente da sua, mas em essência, somos TODOS participantes de algo magnífico e muito maior que tudo: o Reino de Deus!

Um grande abraço a todos e depois daremos um retorno de como foi a viagem 

No amor de Cristo;

Alex e Thais

 “ANUNCIAI ENTRE AS NAÇÕES A SUA GLÓRIA, ENTRE TODOS OS POVOS AS SUAS MARAVILHAS” I CR 16:24


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

9 Sugestões para Estimular o Evangelismo


por Mike McKinley

1) Arrependa-se
Você precisa se arrepender da sua infidelidade no evangelismo, confessar a Deus a verdade sobre seu egoísmo, preguiça ou medo e se alegrar no Evangelho que lhe promete o perdão dos pecados.

2) Ore
Este é um ótimo lugar para começar. Ore para que Deus conceda oportunidades para conversar com incrédulos em seu trabalho. Ore para que Deus faça florescer as sementes do Evangelho que você plantou em sua família e em seus amigos. Lembre-se que não convertemos ninguém. Não temos este poder. Deus é quem converte. Então, precisamos nos achegar a Deus, em nossa fraqueza, pedindo que Ele glorifique seu nome e, em misericórdia, salve pecadores.

3) Planeje
Uma dica simples e prática. Lembre-se que o evangelismo não acontece por acidente. Faça um plano. Peça ajuda a um amigo e preste contas a ele. Pela causa do evangelho, sente-se com sua esposa, pense em sua vizinhança e faça planos para construir relacionamentos com uma família que vive perto.

4) Pare de dar desculpas
Você pode ser a única testemunha de Cristo que algumas pessoas terão na vida inteira. Cuidado para não esconder debaixo da tentativa de “ser educado” um coração covarde. Não negue sua responsabilidade.

5) Arrisque
Obedeça a Deus mesmo quando você tem certeza de que não irão ouvi-lo. Tome passos pequenos de obediência, como convidar um amigo para uma reunião ou entregar um livro ou compartilhar um testemunho… algo que possa gerar uma oportunidade para você compartilhar o evangelho.

6) Procure por oportunidades
Use, pelo dia, as lentes do evangelho. Em minha experiência, quando estou orando sobre evangelismo eu fico mais atento à oportunidades evangelísticas e, de repente, as conversas aleatórias do dia a dia (conversar com alguém no ponto de ônibus, no elevador, no cafezinho) deixam de ser aleatórias. Elas parecem se tornar respostas de oração e oportunidades de compartilhar a Cristo. Então, procure pelas portas que Deus tem aberto para você.

7) Decida amar as pessoas mais que sua própria reputação
A dica já explica tudo. Ore para que Deus faça isso em sua vida, senão você só evangelizará quando se sentir “100% seguro”.

8) Tema
Tememos aos homens, mas não deveríamos. O que nos falta é um termo apropriado do Senhor. O que escolheremos: nossa reputação com nossos companheiros de trabalho ou nossa fidelidade ao Senhor? Deus é nosso Criador, Juiz e Redentor. Ele merece total comprometimento e obediência. Nenhum ser humano deveria nos fazer temer quando vivemos nossas vidas diante de um Deus santo e amoroso.

9) Considere
Considere a Cristo (Hebreus 12:3) – o que Deus fez em Cristo Jesus e o custo que Ele pagou. Quando não fazemos isso perdemos nossa perspectiva evangelística – nossos corações esfriam, nossas mentes se distraem e nossos lábios se calam. Lembremos que o que está em jogo no evangelismo é primariamente a glória de Deus. Quando nos silenciamos, falhamos em dar a glória que Lhe é devida. Mas quando nossos corações estão transbordando do conhecimento da glória de Deus em Cristo, nossas bocas falarão deste transbordar.

http://www.blogfiel.com.br/2012/08/9-sugestoes-para-estimular-o-evangelismo.html

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Noticias da Família Santiago


Queridos irmãos, igrejas e apoiadores de nossa família e ministério,
Graça e paz de Jesus a todos.

Agora faltam os últimos preparativos para, na primeira semana de outubro, estarmos na aldeia indígena de Córrego do Meio, em Mato Grosso do Sul. Juntamente com nosso grupo de alunos passaremos uma semana naquela comunidade dos índios terenas. Vamos servir à igreja da aldeia em seus ministérios e atuar também junto à escola e outras demandas do lugar. Apoiados pelos missionários Onésimo e Marilda de Arruda, e por igrejas de Campo Grande, MS, teremos mais uma semana de muito trabalho, desafios e bênçãos em Córrego do Meio.

Joãozinho continua atendendo a convites de igrejas que desejam saber dos planos de ministério em Roraima, junto à MEVA. Ele tem cerca de 60% do sustento necessário para o começo de seu trabalho com a nossa querida Missão. Se você deseja também recebê-lo em sua igreja, ou mesmo para uma conversa pessoal, entre em contato com ele em jlzinho@gmail.com Da mesma forma, se quiser fazer parte dos restantes 40% que ele necessita, se tornando também um de seus mantenedores regulares, fale com ele e, assim, assuma este segurar de cordas que viabiliza sua ida e estada em RR.

Em julho eu e Denise participamos do Congresso Nacional do CONPLEI (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas). Foram dias bastante vibrantes com reuniões pela manhã, tarde e noite onde, com cerca de 80 etnias indígenas, a maioria do Brasil, e 15 países representados louvamos ao Senhor e éramos desafiados por Sua Palavra, em sua grande maioria ministrada por pregadores indígenas.

Neste semestre aqui no SBPV algumas matérias, muitas aulas, conversas com alunos e tarefas a serem lidas e corrigidas. Também num seminário em Guarulhos e num curso em Campinas. Pregações em igrejas, conferências missionárias e bastante serviço e atividades. No ministério não falta trabalho.

Louvamos muito ao Senhor por sermos segurados pelas orações e sustento de muitos irmãos e igrejas. Louvamos muito ao Senhor por Sua mão forte e orientadora que tem nos guiado e, cremos, motivado você e ou sua igreja a se envolver com a nossa família e ministério. Muito obrigado, queridos irmãos.

Juntos com Jesus, o Missionário por excelência,
João Luiz e Denise
com Joãozinho se preparando para sair...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Calendário de Setembro



Calendário de Setembro já atualizado ... Confira lá as oportunidades de se reunir como igreja e compartilhar com os irmãos.




sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Uma antiga oração - Livro Comum de Adoração


"Senhor Deus Todo-Poderoso, a quem todos os corações se abrem, todos os desejos são conhecidos, e de quem nenhum segredo pode ser ocultado; 
Purifica os pensamentos de nossos corações pela inspiração do Teu Santo Espírito, 
Para que possamos amar-Te perfeitamente e magnificar o Teu nome;
Através de Jesus Cristo nosso Senhor."



quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cristo é a fonte da santificação


Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele,  nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.  Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;  porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. (Cl 2:6-9)

Uma das inquietações mais comuns entre cristãos que querem viver Cristo é sobre como desfrutar de uma vida santa.  Um cristão realmente regenerado e justificado pela fé, vive uma inquietação constante, uma busca por respostas reais e recursos para viver a liberdade de uma vida reta e santa.  Enquanto para muitos, os mandamentos de Deus podem parecer penosos, um cristão verdadeiro, não consegue parar de sonhar em viver uma vida plena sob a "lei da liberdade" (Tg 1:25 e 2:12), que é a "lei de Cristo" (I Co 9:12).

Porém, devemos localizar a santificação dentro do que chamamos de doutrina da salvação.  Gosto do conceito cristão clássico-reformado de ordo salutis (ordem da salvação).  Um recurso didático-teológico que nos ajuda a entender como a salvação opera, e como ela envolve vários processos internos, que basicamente são:

1. Eleição/Chamamento
2. Regeneração ou novo-nascimento;
3. Conversão: arrependimento e fé;
4. Justificação (imputação da justiça de Cristo no pecador);
5. Santificação;
6. Glorificação.

Eles não devem ser entendidos necessariamente em ordem cronológica ou períodos estanques isolados uns dos outros.  Mas, como um movimento complexo e interdependente entre suas partes.  Tendo isto em mente, é importante mencionar que uma peculiaridade da doutrina reformada é que ela coloca a regeneração como um aspecto básico (pré-requisito) para a conversão.   Isto é curioso, pois outras correntes cristãs consideram a regeneração (novo nascimento) como resultado da fé e do arrependimento, e na perspectiva reformada é justamente o contrário.  

A tradição reformada é a mais compatível com a doutrina apostólica neste sentido, pois, de fato, não é possível se arrepender estando morto.  Como é possível algum tipo de consciência sobre o pecado e a justiça de Deus sem que primeiro o indivíduo liberte-se da inconsciência causada pela morte.  Por isso Paulo em Efésios 2:1 atesta-se que 'Deus primeiro nos deu vida quando estávamos mortos em nossos pecados'.  Sem esta "nova vida" (a regeneração) não é possível se "arrepender" ou "crer".  Só se tem consciência de que se estava "morto em delitos e pecados" quando se sai da "tumba", sem esta consciência do pecado e da morte, não é possível arrependimento e fé no sacrifício substitutivo de Cristo.

Com a regeneração (quando nascemos da vontade de Deus - João 1:1 e seg.), que é  quando nos tornamos filhos de Deus (adoção), nos arrependemos conscientemente  e recebemos o dom da fé para lançarmos nossa irrestrita confiança na perfeita obra de Cristo.   Uma vez que confiamos e abraçamos tudo que Jesus fez e assumimos que a obra na cruz foi suficiente, Deus o Pai, nos atribui a justiça de Cristo, ou na linguagem bíblica, nos "imputa" a justiça dele.  

Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios,  sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.  (Gl 2:15-16).

Uma vez justificados e unidos com Jesus pela fé, desfrutamos de sua graça de forma constante, pela ação do Espírito Santo que nos é comunicado por meio desta relação de unidade.  Os teólogos chamariam esta unidade entre o cristão e Cristo de "união mística", que significa que ao se crer em Jesus, pelo Espírito Santo, a retidão e santidade dele é comunicada ao homem, que tem, por sua vez, sua condição pecaminosa, agora, atribuída a Cristo, no seu sacrifício substitutivo (propiciação).

Daí, o Espírito Santo vai produzindo em nós, de "glória em glória" (II Co 3:18), a semelhança com Jesus. Aqui chegamos em um ponto central.

Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.  (I Co 6:11)

Há cristãos que vivem em constante tensão, pois acabam sendo tentados a achar que conseguem se santificar como se tivessem força ou recursos próprios para isto.  Mas, na verdade, esta dedicação a Deus de uma vida cada vez mais livre do pecado, que é a santificação, depende de uma única fonte: Jesus Cristo.

A proposta desta reflexão é reafirmar de forma clara que não existe santificação fora de Jesus e sua suficiência.  Não existe poder para uma vida indissolúvel e íntegra fora de Jesus.  Ele é a fonte inesgotável (I Co 10:4), ele é o pão que desceu do céu (Jo 6:51), ele tem a água que mata a sede (Jo 4:10), ele é a videira verdadeira (Jo 15) e assim por diante. 

Não há autêntica santificação (revelação da justiça) sem renovada fé em Cristo (At 26:18).  Já dizia o apóstolo: é de "fé em fé" (Rm 1:17).  Por este motivo, cristãos devem frequentemente renovar sua fé em Jesus, ele deve reavivar sua lembrança e refrescar sua memória (renovação da mente - Rm 1:1-2) a respeito do que Jesus fez, quem Ele é, e o motivo de se ligar a ele.  A fé em Jesus é uma constante afirmação, uma renovação credal, de que estamos ligados, radicados e edificados nele (Cl 2:7).  Só há santidade, se Cristo mesmo for a causa e o combustível para tal santificação.

"Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim" (Jo 15:16)

Temos recursos para isto.  Cristo por meio do Espírito Santo opera e testemunha em nós.  "Cristo em vós",  já dizia Paulo, a "esperança da glória" (Cl 1:27).  A fé em Cristo é correspondida com recursos e dádivas para darmos prosseguimento.  Para isto, devemos nos expor aos meios de graça pelos quais desfrutamos mais de Cristo, eles são: a Palavra, o sacramento da ceia, a vida comunitária , a oração, a adoração e tantos outro recursos disponíveis pelo Espírito Santo.

Finalmente, receba este convite, de ser como uma "árvore plantada junto a ribeiros" (Sl 1:3; Jr 17:8), Cristo é fonte de nossa constante nutrição.  Distanciar-se dele, deixar de pensar e viver nele, é cair em uma rotina mórbida, de secura e aridez espirituais.  Você pode falar um monte de coisa sobre a Bíblia e religião, mas não passará de um tagarela hipócrita, sem nunca desfrutar da vitalidade e da nova vida que Jesus oferece.

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.  Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.  E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade. (Jo 17:17-19)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

POR QUE É DIFÍCIL PLANTAR IGREJAS MISSIONAIS NO BRASIL?


Polêmica, sincera e real, o título da postagem em forma de pergunta expõe as inquietações primeiramente pessoais e também compartilhada por outros discípulos de Jesus que lideram igrejas e desejam e anseiam por uma igreja marcadamente missional onde os discípulos vivem em seus contextos locais de forma intencional iluminando e salgando seu ambiente vivencial.

Ser missional não é um modismo eclesiológico importado de fora do país mas sim viver o Evangelho na prática de vida. Missional foi o termo alcunhado para vivenciar a grande comissão como mandamento do Senhor Jesus Cristo em Mateus 28:18ss. A grande comissão não é um pedido nem uma opção mas sim um mandamento para os discípulos devendo ser uma filosofia de vida, um modus vivendis para os resgatados por Cristo. Em tese todo discípulo é um missionário de Jesus em seu contexto local, o que torna errado o olhar religioso de que somente os missionários “pagos” e “profissionais” são responsáveis pela missão. A missão está na própria prática da Trindade econômica (termo teológico usado para o envolvimento da Trindade na redenção dos pecadores) em que Deus Pai envia o Deus filho, Jesus Cristo, para o resgate dos pecadores e ambos enviam o Deus Espírito Santo para aplicar a redenção e o crescimento que procede dela. Usamos o termo Missio Dei para isso: a missão de Deus.

Mas se é tão claro quanto a água por que não temos isso na prática? Por que é tão difícil implantar igrejas com o DNA missional? Por que é mais difícil ainda conduzir uma transição de igrejas estagnadas e estabilizadas para igrejas missionais? Sem a presunção de ser exaustivo ou de responder todas essas perguntas de forma profundamente necessária, as respostas partem de inquietações e observações pessoais e de conversas com amigos.

1 - O problema da idolatria, o ídolo do coração humano e a religião. Calvino vai dizer que o coração humano é uma fabrica de ídolos. Após a queda do primeiro homem, Adão, representando a raça humana (Romanos 5:12-18) o coração do ser humano passou a adorar outros “deuses” e não mais o Senhor como Adão o fazia antes da queda. Assim, Caim matou Abel pela idolatria a si próprio. Na torre de Babel em Gênesis 11, a idolatria leva os homens a construirem uma torre para tentar ser igual a Deus. Esse é o problema da religião tão entranhada no coração do brasileiro. Ser missional é detestar a religião e amar o Evangelho com intensidade. Mas por causa da nossa colonização e influência cultural, o Brasil é um país religioso e as vezes uma pessoa convertida por Jesus pode ter o sincretismo religioso causando uma miopia na sua ótica evangélica do discipulado. A religião (a idólatra tentativa de se achegar a Deus pelas próprias mãos e vias, ou seja, pelas obras) é um obstáculo a um estilo de vida missional.

2 – Idolatria, religião e instituicionalização: Como consequência do ponto anterior, uma dificuldade de ser missional em nossa pátria é que a colonização brasileira e sua origem romana e feudal faz com que haja vícios institucionais no discipulado. Daí, desprezamos a forma de discipulado e crescimento orgânico que o Senhor Jesus ministrou aos discípulos. Não estou afirmando que a instituição é ruím ou deve ser desprezada. Muito pelo contrário, ela tem o seu lugar no avanço do Reino de Deus. Porém muito se enfatiza a instituição em detrimento do caráter orgânico do discipulado em amar, servir e treinar as pessoas no Evangelho de Jesus. Isso faz com que haja inflexibilidade nas formas e uma dificuldade em ministrar a um contexto brasileiro e pós-moderno na perspectiva do discipulado e da missão.

3 – Humanismo e má Teologia: Nossa cultura positivista ou pós-moderna, dependendo do ambiente, acredita no mito da bondade intrínseca humana. O semi-pelagianismo orienta boa parte do contexto evangélico. Daí se vê o discipulado legalista, religioso e moralista (ou a polarização para uma práxis libertina e licensiosa) em detrimento de um discipulado evangélico centrado na graça de Deus. Confessa-se a salvação pela graça mas esquece-se dela no discipulado não entendendo que a graça que redime é a graça que preserva.

4 – Consumo religioso, Super mercado da fé e a comercialização do Sagrado: Desde os contextos híper-pentecostais (prefiro esse termo do que neo-pentecostal) até históricos e a herética teologia da prosperidade desde sua versão estrita até uma forma mais diluída tem permeado igrejas que tratam seus membros como consumidores. Em contextos históricos do protestantismo brasileiro, a igreja é vista como um hospital somente e um pastor o capelão profissionalmente pago para evangelizar e cuidar dos doentes. Em igrejas contemporâneas o pastor é um executivo e os membros clientes da fé.

5 – O ídolo do sentimento: Valorização das emoções exacerbadas em detrimento do uso da mente e da pratica de vida. Não estou desprezando o uso das emoções. Elas tem o seu lugar mas não são as emoções que guiam as nossas vidas. Elas devem estar conectadas com a mente no uso da Bíblia para a crença e a prática de vida. Escrevi sobre isso especificamente  aqui.

Apontando caminhos:

Pode parecer que pintei um quadro negativo mas é isso mesmo. Com isso não quero parecer desanimado e nem dizer que desacredito do sonho de ver cidades sendo influenciadas pelo Evangelho de Cristo. Mas o objetivo foi apontar algumas barreiras que procedem do pecado e são transformadas pela graça de Cristo. O caminho para uma igreja missional marcada por discípulos encarnando o Evangelho na comunidade é a perseverança, o ensino e treinamento e paciência de saber que, as vezes, é necessário longos anos para treinar uma comunidade em nossa pátria.

Que Deus nos fortaleça nessa árdua tarefa enquanto aguardamos novos céus e nova terra. Vem, Jesus!

Pr. Juan de Paula

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Deus é imutável em suas ameaças - CH Spurgeon (1834-1892)


Se toda promessa for firme, e todo juramento da aliança for cumprido, preste atenção pecador - observe esta palavra - veja a morte de suas esperanças carnais; veja o enterro de sua confiança carnal. Cada ameaça de Deus, bem como cada promessa, será cumprida. Com respeito a decretos - eu lhe falarei de um decreto: "Quem não crê será condenado" (Mar. 16:16).

Isso é um decreto e um estatuto que nunca pode mudar. Seja tão bom como quiser, seja tão moral quanto puder, seja tão honesto quanto quiser, caminhe tão corretamente quanto puder - existe uma ameaça inalterável: "Quem não crê será condenado". O que você diz sobre isso, moralista? Oh, você desejaria mudar isso, e dizer: "Quem não vive uma vida santa será condenado" (Mar. 16:16).

Isso seria verdade; mas não diz isso. Diz: "Quem não crê...". Aqui está a pedra de tropeço e a rocha de escândalo; porém você não pode alterar isso. Você precisa crer ou será condenado, diz a Bíblia; e veja, essa ameaça divina é inalterável tanto como o próprio Deus. E quando mil anos de tormentos no inferno tiverem passado, você olhará para cima e verá escrito em letras ardentes de fogo, "Quem não crê será condenado". "Mas Senhor, eu estou condenado."

Não obstante as Escrituras ainda dizem "será condenado". E quando um milhão de anos tiverem passado e você estiver exausto por suas dores e agonias, você olhará para cima e ainda lerá "SERÁ CONDENADO", inalterado, imutável. E mesmo que pense que a eternidade deu sua derradeira volta - que cada segundo do que chamamos eternidade já passou, você ainda verá escrito lá "SERÁ CONDENADO". Que pensamento terrível! Como ouso eu falar assim? Mas eu devo. Vocês devem ser advertidos, senhores, "a fim de que não venham também para este lugar de tormento" (Luc. 16:28). Eu devo anunciar coisas ásperas; pois se o evangelho de Deus não é uma coisa áspera, pelo menos a lei é; o Monte Sinai é uma coisa áspera. Ai do vigia que não adverte os ímpios. Deus é imutável nas Suas ameaças. Cuidado pecador, pois "horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Heb. 10:31).


segunda-feira, 2 de julho de 2012

ÉTICA NAS PEQUENAS COMUNICAÇÕES


O Toninho chegava com riso mineiro, ardiloso, e cobrava: “Pastor, você ainda não foi nos visitar na casa nova. Olha, vou desenhar um mapa”. Um pedaço de papel, uma bic, e dois pontos. “Está vendo aqui? É a igreja. Aqui, é minha casa. É só ir daqui ali”.

Parece até profecia para os dias da internet. Dois pontos e um risco, e pretendemos que toda comunicação esteja feita. Quem digita não vê coração nem cara (a não ser no skype que poucos usam), mas imagina uma intimidade que beira a falta de pudor do namoro moderno, entre tapas e beijos. Muitas vezes, a guisa de ortodoxia política religiosa, teclamos ataques e defesas ingênuas ou maliciosas, ou trocamos franqueza por falta de educação, sem levar em contra que a linha entre nosso ponto e o outro, do outro lado do papel, é viva, é frágil. Com efeito, facebook não tem face senão fotos trabalhadas em photoshops seletivos. Pura imagem pública escondendo dores privadas. Pior ainda quando a transparência que deveria ser do coração revela os intestinos. Alguém já disse que a internet ilude quanto ao sentimento de uma intimidade virtual e de uma nudez real.

Jó, Moisés e Pedro, comunicadores cristãos dentre os mais fiéis, hábeis e sensíveis, instaram que levássemos em conta a fragilidade humana. O apóstolo escreveu:

Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada (1Pedro 1.22-25; ver Jó 42.2 e Salmo 90.5-6).

O mapa da Palavra de Deus serve bem para nos conduzir na pequena comunicação na internet. Não é um mapa de dois pontos virtuais; antes, é o encontro de almas purificadas pelo sangue de Cristo, obedientes à verdade, que visam o amor fraternal, não fingido, de coração, ardente, regenerado mediante a palavra de Deus que permanece para sempre. Especialmente, temos de considerar que mídia social e coisas tais são bem superficiais e passageiras, mas cujas consequências podem ser mais extensas e duradouras.

O apóstolo Paulo fornece um bom resumo, em Efésios 4.25-32:

1. “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (v. 25). Frágeis, como somos, é fácil que não falemos a verdade ou, pelo menos, não toda a verdade. E pecadores como somos, até mesmo falando a verdade podemos ser maledicentes, esquecidos de que o amor cobre multidões de pecados (cf. 1Pedro 4.8). À primeira vista, parece que a solução está em simplesmente deixar a mentira e falar a verdade. No entanto, quem já tentou deletar, sabe como a mentira está arraigada no coração e quanto custa teclar a verdade. Se, porém entendermos que os dois termos, “deixar” e “falar”, são parte da proposta, e que a maneira de fazê-lo está na última parte do versículo – “somos membros uns dos outros” –, então, apreenderemos o sentido correto. Se os membros do nosso corpo mentirem uns aos outros, a verdade nos será por juiz e condenação. Mas, se, por outro lado, pertencermos uns aos outros, a mentira não terá sentido e prevalecerá a verdade – como também disse Paulo, a “verdade em amor” (Efésios 4.15).

2. “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo” (v. 26, 27). A ira, em si mesma, não é sempre um pecado. Antes, ela é decorrente da verdade, como atributo de Deus (Romanos 1.18). A ira é um sentimento adequado em face da injustiça, assim como a dor que previne a pessoa de ultrapassar seu limiar de resistência. Entretanto, será pecaminosa quando, em vez de ser dirigida contra o objeto do pecado, a ira explodir contra outros ou se tornar em amargura que implode o coração. De qualquer modo, ambos os movimentos acabarão contaminando a outros (Hebreus 142.14, 15). Não quer dizer que a injustiça deverá ser posta de lado, mas, antes, que terá de ser tratada logo, mas sem dar lugar ao diabo. A maneira como atuamos terá de ser concorde com a justiça que pretendemos. Assim, será preciso lembrar que a justiça nas mãos da ira mal usada serve de arma de injustiça. Lembre-se de que corrigir com brandura e em privado produz o efeito da graça: abranda o furor e convence o coração.

3. “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (v. 28). Hoje em dia, furto é uma palavra vaga, quase uma necessidade no embate entre os ladrões de venda nos olhos e os ladrões de vendas do mercado e da política. Somos, muitas vezes, religiosos que promulgam a lei da carne e furtam a graça divina, com dois pesos e duas medidas. Que será? Seremos aqueles que professam que “não pode beber, não pode dançar e não pode pagar dívida”? Nós não pensamos que envergonhar alguém em público seja pela maledicência seja pela exposição do erro, configura furto da honra, assassinato de caráter.  Se eu erro no blog, “me desculpem”, mas se outros erram, eu acho o endereço da postagem ainda que seja do século passado? O segredo da mudança, aqui, é claro: trabalho para se sustentar e generosidade para com quem tem necessidade. Sequer posso me furtar a apresentar o melhor possível nas minhas postagens e ajudar ao outro a melhorar e progredir nas suas colocações.

Depois de apor as três ideias, Paulo conclui, dizendo que toda comunicação deve “transmitir graça aos que ouvem” (v. 29), evitando a palavra torpe, isto é, torcida, que não edifica. Nossas conversas que não produzirem graça certamente entristecerão o Espírito que nos sela para a redenção (v. 30). “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (v. 31, 32).

Wadislau Martins Gomes

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A maldição do discurso motivacional


por Conrad Mbewe

No último domingo, um jovem veio falar comigo após o culto. Ele é o tipo de pessoa que aparece na igreja de vez em quando e desaparece por um longo período. Imagino que ele anda pelas igrejas experimentando sermões e procurando por respostas. Nessa visita, ele pediu que eu o ajudasse a superar uma falha em sua vida, e era uma falha em progredir. Ele disse que seu maior problema é que não acreditava em si mesmo. Como eu poderia ajudá-lo a acreditar em si mesmo de tal forma que ele se tornasse bem-sucedido?

Eu perguntei se ele era cristão. Sua resposta foi “Eu realmente preciso a fim de ser bem-sucedido? Você está me dizendo que todas as pessoas bem-sucedidas por aí são cristãs? Não existem princípios gerais que eu possa aplicar a minha vida – quer eu seja cristão ou não – que podem me alavancar ao sucesso?”. Eu o desafiei a responder ele mesmo a essas perguntas. Afinal, eu tinha certeza de que ele tinha já passado bastante tempo entre palestrantes motivacionais para ter a resposta.

“Esse é o problema”, ele disse, “Me ensinaram que esses princípios existem e tentei colocá-los em prática. Eles parecem funcionar por um tempo e então eu volto ao meu antigo eu. Quero que você me ajude a encontrar uma fórmula que me ajudará a seguir adiante e nunca voltar a não acreditar em mim mesmo”. Para encurtar a história, finalmente o persuadi da necessidade de reconciliação com Deus antes que alguém possa libertar-se da rotina de frustração onde Deus acorrenta pecadores irreconciliados.

Eu o entreguei um livro para ler, chamado O que é um Cristão Bíblico? Quando nos encontramos no dia seguinte, ele foi honesto o bastante para me dizer que estava decepcionado com o que leu, pois não o estava ensinando o que ele queria ouvir. “O que eu quero saber é como posso ser bem-sucedido. Esse livro não diz nada sobre isso”. Repeti o que já tinha dito. O que ele precisava não era acreditar em si mesmo, mas crer em um Salvador enviado pelo céu. Ele precisava de perdão como fundamento de sua vida.

Ontem, um membro da igreja me contou que encontrou aquele jovem em um mercado. O rapaz tinha dois livros em suas mãos. O primeiro era aquele que eu o dei e o segundo era um de Joel Osteen. Ele disse a nosso membro: “Pastor Mbewe me deu esse livro, mas eu não gostei porque me faz sentir culpa. Prefiro o do Joel Osteen porque me anima, me motiva”. Fiquei muito preocupado com isso, então decidi apresentar alguns pensamentos sobre a maldição do discurso motivacional.

Infelizmente, o discurso motivacional tornou-se a dieta básica de muitos púlpitos evangélicos. A mensagem ouvida é “Deus te deu potencial e tudo o que você precisa para liberar esse potencial é acreditar em si mesmo. Tenha uma grande visão e viva essa grande visão. Você deve ser um homem ou uma mulher de futuro e o céu será o limite para você. Não deixe que seus fracassos passados obstruam seu caminho para o sucesso. Olhe além deles, como Jesus olhou além da cruz e, portanto, a superou. Você é cabeça, não cauda”.

À luz dos excessos do discurso motivacional, fica a questão: “É dessa forma que os pregadores do Antigo e do Novo Testamento pregavam?”. Se resumirmos a pregação de Noé, Moisés, Elias, Isaías, Jonas, Paulo, Pedro etc., na Bíblia, é esse o tipo de mensagem que encontraremos? Eu acho que não. Certamente os palestrantes motivacionais pegam algumas palavras emprestadas, mas emprestar as palavras de alguém não é dizer o mesmo que essa pessoa diz. “Um texto sem contexto é pretexto”.

Minha principal discordância com o discurso motivacional é que reduz Deus a um meio ao invés de o fim. Homens e mulheres não são capazes de perceber que a natureza do pecado se encontra no “eu”. O discurso motivacional, por outro lado, alimenta esse mesmo ego e aponta para Deus como aquele que pode mimá-lo a ponto de intoxicar-se. Isso é uma mentira! É somente Deus quem deve ser o centro de nossas vidas. O cristianismo exige a morte do ego, carregar a sua própria cruz, seguir um Salvador sofredor.

Sempre que ouço o discurso motivacional, parece que ouço a mensagem “Paz, paz” onde não há paz. Me parece um médico assegurando a um paciente com câncer terminal nos estágios finais de que ele não precisa se preocupar porque tudo ficará bem se ele apenas acreditar em si mesmo. Ele está morrendo, avise-o! É o cúmulo da insinceridade um pregador saber que o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23) e fazer aqueles que caminham para o matadouro apenas sentirem-se bem.

O discurso motivacional faz as pessoas sentirem-se bem, enquanto o Evangelho faz primeiro as pessoas sentirem-se mal – até que elas encontrem seu tudo em Cristo. A verdadeira pregação deve fazer as pessoas encararem o fato de que estão vivendo em rebelião contra Deus e que precisam arrepender-se ou perecerão. É somente quando as pessoas reconhecem isso e clamam “O que devemos fazer para sermos salvos?” (At 2.37, 16.30) que a verdadeira pregação as dá boas notícias: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13).

O discurso motivacional é um tentativa de matar um leão ameaçador com uma pequena zarabatana de feijão, usando como munição feijões recentemente cozinhados, preparados com os temperos mais aromáticos. O cheiro pode até atrair o alvo, mas será inútil para derrubar aquela fera selvagem. Homens e mulheres fora de Cristo estão MORTOS em transgressões e pecados. Estimular seus sentidos com frases de efeito banais não lhes dará vida. Eles precisam da Lei para matar seus egos caídos e do Evangelho de Jesus Cristo para receber vida.

Eu sei que o discurso motivacional está enchendo nossas igrejas até que elas pareçam com estádios de futebol. Em um mundo de miséria e melancolia, todos nós precisamos de algum encorajamento. Mas isso é tudo para o que fomos chamados como pregadores? Quem bem há se homens se sentem inspirados e motivados, e então voltam para casa vivendo uma vida de pecado e egoísmo? Infelizmente, essa é a norma em muitas igrejas evangélicas. As igrejas estão lotadas de pessoas determinadas a beber o pecado como água por toda a semana.

Discurso motivacional não é pregação bíblica. É uma praga na paisagem do verdadeiro evangelicalismo. Está enchendo as igrejas com pessoas mortas que estão sendo ensinadas a viver como se estivessem vivas. Precisamos retornar ao bom e velho Evangelho que verdadeiramente dá vida aos mortos e liberta homens e mulheres. Como Paulo fazia, cada púlpito verdadeiramente evangélico deve soar a clara mensagem do “arrependimento para com Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (Atos 20.21). Fujamos dessa maldição do discurso motivacional!

Traduzido por Josaías Jr 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pecado


D. M. Lloyd Jones

Ninguém jamais terá uma concepção verdadeira do ensino bíblico sobre a redenção, se não possuir clareza de entendimento sobre a doutrina bíblica do pecado. E essa é a razão por que muitas pessoas, em nossos dias, são inseguras e vagas em suas idéias a respeito da redenção. A idéia mais comum é a de que o Senhor Jesus é um tipo de amigo ao qual todos podem recorrer em dificuldades, como se isso fosse tudo a respeito dEle. O Senhor Jesus é esse tipo de amigo — e temos de agradecer a Deus! Mas isso não é redenção em todo o seu escopo, em sua inteireza ou em sua essência. Você não pode começar a avaliar a redenção, até que compreenda o que a Bíblia nos ensina a respeito da condição do homem no pecado e de todos os efeitos do pecado no homem. Permita-me dizê-lo com outras palavras: você não pode entender a doutrina da encarnação de Cristo, a menos que entenda a doutrina do pecado. A Bíblia nos ensina que o homem estava em uma condição tão deplorável, que exigia a vinda, dos céus à terra, da Segunda Pessoa da bendita e santíssima Trindade. Ele teve de humilhar-se e assumir a natureza humana, nascendo como um bebê. Isso era absolutamente essencial, para que o homem fosse redimido. Por quê? Por causa do pecado e da sua natureza. Por conseguinte, você não pode entender a encarnação de Jesus, a menos que tenha um entendimento claro sobre o pecado. De maneira semelhante, considere a cruz no monte Calvário. O que ela significa? O que a cruz nos diz? O que aconteceu lá? Digo novamente que você não pode entender a morte de nosso Senhor e o que Ele fez na cruz, se não possui um entendimento claro sobre a doutrina do pecado. A completa imprecisão das idéias de muitas pessoas a respeito da morte de nosso Salvador se deve completamente a este fato: e elas não gostam da doutrina da substituição, não gostam da doutrina do sofrimento penal. Isso acontece porque nunca compreenderam o problema e não vêem o homem como um criatura caída no pecado. Estas são as doutrinas fundamentais da fé cristã; não se pode entender a redenção, exceto à luz da terrível condição do homem no pecado.