terça-feira, 28 de junho de 2011

Hora bendita (CC. 148)


Letra: William W. Walfor
Música: William B. Bradbury

Este hino foi ditado por um servo de Deus, um ministro do Evangelho, que era cego! - o Sr. William W. Walford, nascido na Inglaterra. Ele ditou as palavras ao seu colega, o Sr. Thomas Salmon, também pastor de uma Igreja Congregacional, no ano de 1842. Este mandou publicar a letra do hino num periódico, a 13 de Setembro de 1845.
Conta-se que o Sr. Walford era um homem que não possuia grande educação cultural mas que era muito inteligente, e possuia uma memória extraordinária. Diz-se, até, que quando pregava sempre escolhia bem os textos bíblicos e citava-os de cor com muita precisão.
Raramente errava na repetição dos Salmos ou nas citações de qualquer parte das Escrituras, quer do Velho quer do Novo Testamento. Conhecia tão bem os factos bíblicos que ganhou a fama de saber a Bíblia inteira de cor.
A música, muito apropriada para as palavras, é de autoria do Sr. William B. Bradbury (1816-1868) que a compôs em 1859. O Sr. Bradbury tornou-se muito conhecido, também, como fabricante de pianos e outros instrumentos musicais.
O valor da oração não consiste em pedir, mas, sim, naquela sublime experiência que está ao alcance de qualquer alma - a comunhão com Deus. (Harry Emerson Fosdick)
Tenho sempre tanta coisa para fazer, mas só posso desobrigar-me dessas árduas tarefas após prolongado período de oração. (John Wesley)
Um cristão de joelhos vê mais que um filósofo na ponta dos pés (Toplady).

Hora bendita



Bendita a hora de oração, pois traz-nos paz ao coração.
E sobrepuja toda a dor, trazendo auxílio do Senhor.
Em tempos de perturbação, na dor maior, na tentação.
Procurarei com mais fervor a comunhão com o Senhor.
Procurarei com mais fervor a comunhão com o Senhor.

Bendita a hora de oração, produto só da devoção.
Que eleva ao céu o seu odor em doce cheiro a meu Senhor.
E finda a hora da aflição, os dias maus, a tentação.
Então darei melhor louvor a meu Jesus, a meu Senhor.
Então darei melhor louvor a meu Jesus, a meu Senhor.

Bendita a hora de oração, pois liga-nos em comunhão.
E traz-nos fé e mais amor, enchendo o mundo de dulçor.
Desejo a vida aqui findar com fé, amor, constante orar.
Depois da morte, do pavor, então será, sim só louvor.
Depois da morte, do pavor, então será, sim só louvor.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Atos 1.1-11

Esperar em Deus 
Sem lembrar dos problemas seus

Tudo entregar
E à oração se dedicar

Leitura bíblica para do Pai ouvir
E prontamente à igreja servir

Agradecê-Lo pela comunhão
E na caminhada ser suporte para o irmão

Buscar a santidade em todos os momentos
E em Cristo Jesus firmar os seus relacionamentos.

por Mayara

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Examinando Nosso Arrependimento

 


 

Thomas Watson

Nascido em 1620, Thomas Watson estudou em Cambridge (Inglaterra). Em 1646, iniciou um pastorado de dezesseis anos em Londres. Entre suas principais obras, estão o seu famoso Body of Pratical Divinity (Compêndio de Teologia Prática), publicado postumamente em 1692.


Se alguém diz que se arrependeu, desejo que examine-se a si mesmo, seriamente, por meio dos sete... efeitos do arrependimento delineados pelo apóstolo em 2 Coríntios 7.11.

1. Cuidado. A palavra grega significa uma diligência intensa ou um esquivar-se atento de todas as tentações ao pecado. O homem verdadeiramente arrependido foge do pecado como Moisés fugiu da serpente.

2. Defesa. A palavra grega é apologia. O sentido é este: embora tenhamos muito cuidado, podemos cair no pecado devido à força da tentação. Ora, nesse caso, o crente arrependido não deixa o pecado supurar em sua alma; antes, julga a si mesmo por causa de seu pecado. Derrama lágrimas perante o Senhor. Clama por misericórdia em nome de Cristo e não O deixa, enquanto não obtém o seu perdão. Assim, em sua consciência, ele é defendido da culpa e se torna capaz de criar uma apologia para si mesmo contra Satanás.

3. Indignação. Aquele que se arrepende levanta o seu espírito contra o pecado, assim como o sangue de alguém sobe quando ele vê um indivíduo a quem odeia mortalmente. A indignação significa ficar importunado no coração por causa do pecado. O penitente sente-se inquieto consigo mesmo. Davi chamou a si mesmo de “ignorante” e “irracional” (Sl 73.22). Agradamos mais a Deus quando arrazoamos com nossa alma por conta do pecado.

4. Temor. Um coração sensível é sempre um coração que teme. O penitente sentiu a amargura do pecado. Este vespa o ferrou, e agora, tendo esperança de que Deus está reconciliado, ele teme se aproximar novamente do pecado. A alma penitente está cheia de temor. Tem medo de perder o favor de Deus, que é melhor do que a vida, e receia que, por falta de diligência, fique aquém da salvação. A alma penitente teme que, depois de amolecido o seu coração, as águas do arrependimento sejam congeladas, e ela seja endurecida no pecado novamente. “Feliz o homem constante no temor de Deus” (Pv 28.14)... Uma pessoa que se arrependeu teme e não peca; uma pessoa que não tem a graça de Deus peca e não teme.

5. Desejo intenso. Assim como o bom tempero estimula o apetite, assim também as ervas amargas do arrependimento estimulam o desejo. O que o penitente deseja? Ele deseja mais poder contra o pecado, bem como ser livre deste. É verdade que ele está livre de Satanás; mas anda como um prisioneiro que escapou da prisão com algemas nas pernas. Ele não pode andar com liberdade e destreza nos caminhos de Deus. Deseja, portanto, que as algemas do pecado sejam removidas. Ele quer ser livre da corrupção. Clama nas mesmas palavras de Paulo: “Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.24). Em resumo, ele deseja estar com Cristo, assim como tudo deseja estar em seu devido lugar.

6. Zelo. Desejo e zelo são colocados lado a lado a fim de mostrar que o verdadeiro desejo se manifesta em esforço zeloso. Oh! como o crente arrependido se estimula nas coisas pertinentes à salvação! Como se empenha para tomar por esforço o reino de Deus (Mt 11.12)! O zelo incita a busca pela glória. Ao se deparar com dificuldades, o zelo é encorajado pela oposição e sobrepuja o perigo. O zelo faz o crente arrependido persistir na tristeza santa mesmo diante de todos os desencorajamentos e oposições. O zelo desprende o crente de si mesmo e leva-o a buscar a glória de Deus. Paulo, antes de sua conversão, era enfurecido contra os santos (At 26.11). Depois da conversão, ele foi considerado louco por amor a Cristo: “As muitas letras te fazem delirar!” (At 26.24). Paulo tinha zelo e não delírio. O zelo causa fervor na vida espiritual, que é como fogo para o sacrifício (Rm 12.11). O zelo é um estímulo para o dever, assim como o temor é um freio para o pecado.

7. Vindita. Um crente verdadeiramente arrependido persegue os seus pecados com uma malignidade santa. Busca a morte dos pecados como Sansão queria vingar-se dos filisteus pelos seus dois olhos. O crente arrependido age com seus pecados da mesma maneira como os judeus agiram com Cristo. Ele lhes dá fel e vinagre para beberem. Crucifica as suas concupiscências (Gl 5.24). Um verdadeiro filho de Deus busca a ruína daqueles pecados que mais desonram a  Deus... Com o pecado, Davi contaminou o seu leito; depois, pelo arrependimento, ele inundou seu leito com lágrimas. Os israelitas pecaram pela idolatria e, posteriormente, viram como desgraça os seus ídolos: “E terás por contaminados a prata que recobre as imagens esculpidas e o ouro que reveste as tuas imagens de fundição” (Is 30.22)... As mulheres israelitas que haviam se vestido à moda da época e, por orgulho, tinham abusado do uso de seus espelhos ofereceram-nos depois, tanto por zelo como por vingança, para o serviço do tabernáculo de Deus (Êx 38.8). Com o mesmo sentimento, os mágicos... quando se arrependeram, trouxeram seus livros e, por vindita, queimaram-nos (At 19.19).

Estes são os benditos frutos e resultados do arrependimento. Se os acharmos em nossa alma, chegamos àquele arrependimento do qual nos arrependeremos (2 Co 7.10).


Extraído de The Doctrine of Repetance, reimpresso por The Banner of Truth Trust.
Traduzido por: Wellington Ferreira
Copyright© Editora FIEL 2009.

http://editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=301

sábado, 18 de junho de 2011

Por Amor de Mim - Jonathan Edwards

[A operação de Deus que visa ao seu próprio benefício é o mesmo que a sua operação que visa à sua glória]

O que Deus diz na sua Palavra nos leva, naturalmente, a supor que a maneira como ele faz de si mesmo o seu fim na sua obra ou obras, visando ao próprio benefício, é determinar sua glória como o seu fim.

Assim, Isaías 48.11 diz: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem". Isso equivale a dizer: alcançarei o meu fim; não abrirei mão da minha glória; ninguém tirará de mim esse prêmio. Fica bastante claro nessa passagem que o nome de Deus e sua glória, que parecem significar a mesma coisa (como será observado em mais detalhes adiante) são referidos como o seu fim último na grande obra mencionada, não como um fim inferior e subordinado, subserviente aos interesses de outros. As palavras são veementes. A ênfase e a repetição nos obrigam a entender que os atos de Deus visam, em última análise, ao seu benefício próprio: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto".

Assim, as palavras do apóstolo em Romanos 11.36 nos levam a supor, naturalmente, que todas as coisas são para Deus ao serem para a sua glória. "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" No contexto anterior, o apóstolo observa as concessões maravilhosas de sabedoria divina, levando todas as coisas a serem para ele, no seu resultado, do mesmo modo como são dele em princípio e como são governadas por ele. Seu raciocínio mostra como Deus planejou e realizou essas coisas, ao estabelecer o reino de Cristo no mundo; ao deixar os judeus e chamar os gentios; ao incluir o que faria dali em diante; ao chamar os judeus para junto de si depois de alcançar a plenitude dos gentios; com as circunstâncias dessas obras maravilhosas, a fim de mostrar claramente a sua justiça e bondade, magnificar a sua graça e manifestar a soberania e generosidade da graça e a dependência absoluta de todas as coisas para com ele. Então, nos quatro últimos versículos, ele irrompe numa exclamação deveras patética, expressando sua grande admiração pela profundidade da sabedoria divina, nos passos que Deus dá para alcançar esse fim e fazer que todas as coisas sejam para ele. Por fim, ele expressa anuência jubilosa ao plano excelente de Deus ao intentar que todas as coisas o glorifiquem, dizendo: "A ele, pois, a glória eternamente!", o que é o mesmo que dizer que todas as coisas são maravilhosamente ordenadas para a sua glória, de modo que a ele pertence toda a glória para sempre.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Rude Cruz

George Bennard (1873-1958)

Rude cruz se erigiu,
Dela o dia fugiu,
Como emblema de vergonha e dor;
Mas contemplo esta cruz,
Porque nela Jesus
Deu a vida por mim pecador.

Sim eu amo a mensagem da cruz
Té morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Té por uma coroa trocar

Desde a glória dos céus,
O cordeiro de Deus,
Ao calvário humilhante baixou;
Essa cruz tem prá mim
Atrativos sem fim,
Porque nela Jesus me salvou

Nesta cruz padeceu
E por mim já morreu,
Meu Jesus para dar-me
O perdão;
E eu me alegro na cruz,
Dela vem graça e luz
Pra minha santificação

E eu aqui com Jesus,
A vergonha da cruz
Quero sempre levar e sofrer;
Cristo vem me buscar, e com Ele , no lar,
Uma parte da glória hei de ter


Um pouco da vida do autor 

Autor e compositor deste hino, um dos mais amados no mundo inteiro, estava de volta de uma série de conferências evangelísticas nos Estados de Michigan e Nova Iorque, EUA. Estava passando por uma dura provação. Começou a refletir seriamente sobre o significado da cruz, e o que o apóstolo Paulo queria dizer quando falou da "participação dos seus sofrimentos" (Filipenses 3:10). Enquanto Bernnard meditava sobre estas verdades, "se convenceu de que a cruz era muito mais do que um símbolo religioso, era o coração do evangelho." Foi neste tempo que este hino nasceu. 

Bernnard conta a história: 

"A inspiração me veio em um dia em 1913, enquanto estava em Albion, Michigan, EUA. Comecei a escrever Rude Cruz. Compus a melodia primeiro. A letra que escrevi estava imperfeita. As palavras completas do hino foram postas [mais tarde] no meu coração em resposta à minha própria necessidade. Pouco tempo depois, em 7 de junho, apresentei o hino numa conferência em Pokagon, Michigan." 

Bennard tinha razão. A cruz é o coração do evangelho, e Deus usou o sofrimento deste seu servo para abençoar o mundo até hoje. 

George Bennard, filho de um mineiro, nasceu em Youngstown, Estado de Ohio, em 4 de fevereiro de 1873. Pouco tempo depois, a família mudou-se para o Estado de Iowa. Foi na cidade de Lucas que George se converteu numa reunião do Exercito da Salvação. Desejou profundamente estar a serviço do Senhor. Aos dezesseis anos, com a morte do seu pai, tornou-se o único sustento da sua mãe e quatro irmãs. Tornou-se impossível adquirir mais educação formal, mas George entrou nas fileiras do Exército da Salvação e através do seu próprio estudo e do convívio com pastores aprofundou-se na Palavra. Mudou-se com a família para Ilinois, e mais tarde se casou. Ali o casal trabalhou lado a lado na liderança do Exército da Salvação. Após alguns anos, deixando este trabalho, Bennard foi consagrado ao ministério, e começou quarenta anos frutíferos de evangelismo no norte dos Estados Unidos e no Canadá. 

Bennard escreveu mais de trezentos hinos, mas será lembrado especialmente por este. Em 9 de outubro de 1958, aos 85 anos, depois de levar fielmente sua cruz. George Bennard trocou-a por "uma coroa". 

O nome da melodia, OLD RUGGED CROSS, (Velha Rude Cruz) provém do título do hino que por muitos anos foi considerado o gospel hymn predileto do povo americano. O missionário F. A. R. Morgan traduziu este hino em 1924. 

Bibliografia: Wyrtzen Donald John, in: Osbeck, Kenneth W. , 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, Mt, Kregel Publications, 1985, p. 317.

http://reieterno.sites.uol.com.br

ESTAMOS POR CONTA PRÓPRIA?

Essa é uma pergunta interessante e bastante propícia, quando se trata de nossa relação com Deus! A resposta talvez não seja tão simples quanto pensamos! Será que nosso contato, nossa proximidade, nossa comunhão, nossa amizade e tantos outros aspectos de nossa vida cristã, ou seja, de nosso relacionamento com Ele, estão por nossa própria conta?
Isto é, será que Deus nos salvou e depois disse: “Agora quem quiser ter um relacionamento crescente comigo, vai ter de descobrir um meio! Se vira! Você não é quadrado!” Ou será o contrário? Ele nos salvou e disse: “Não se preocupem, não precisam fazer nada pra se aproximar de mim! Deixem que eu faço tudo! Fiquem inertes, parados e percebam como aos poucos vocês vão se tornar cada vez mais espirituais e menos carnais!”
É claro que nem uma coisa e nem outra meus irmãos! Isto inclusive não faz parte de seus atributos morais: A Santidade onde residem a Sua Justiça e Retidão (Sl.25:8 e 11:4-7); e o Amor de onde fluem a Misericórdia e a Graça (Is.63:9).
Outro dia li um texto postado no Blog da Igreja, que nos chamava a refletir sobre o tamanho do amor de Cristo, capaz de cobrir a distância que existe entre o homem pecador (eu e você) e um Deus Santo, amoroso, Onisciente, e etc., enfim, já pensou se fossemos representar essa distância em quilômetros?
Cristo cobriu uma grande distância na Salvação! A distância já está coberta mas continua a mesma; isto é, o homem continua pecador e Deus continua Santo! A questão está no quanto já caminhamos neste caminho que foi coberto por Ele!
Existe uma canção que cantamos sempre a qual diz que “o véu rasgou, o caminho se abriu” e é verdade; Cristo abriu a caminho e colocou os salvos dentro desse caminho e de frente pro alvo, e agora temos que caminhar em direção ao Pai! Mas o gracioso e amável Deus sabe que, mesmo assim não é fácil para nós
pecadores percorrermos essa distância e estar cada vez mais perto d’Ele, e que vamos precisar inevitavelmente de sua ajuda, mas por outro lado a nossa parte é caminhar! Então, as perguntas que ficam são:

• Se Deus não nos deixou por nossa própria conta; então quais os recursos que ele deixou para nos auxiliar nessa jornada de aproximação com Ele?
• Quais os meios pelos quais ele continua derramando graça em nossas vidas, nos capacitando a nos aproximamos cada vez mais d’Ele?
• E quanto a mim, já estou próximo o bastante? Meu relacionamento com o Pai já está suficiente? Será que Ele está satisfeito com o relacionamento (eu e Ele)?
• Como conhecer os recursos, os meios que Ele deixou como auxílio nesta caminhada?

Por enquanto só da pra responder a última pergunta:

Começamos na semana passada um novo módulo na EBD (Escola Bíblica Dominical), que trata exatamente deste assunto. O tema das aulas é: Os meios da Graça – A maneira de crescer da vida cristã.

Caso você não tenha respostas para os outros questionamentos, esse é o desafio para você! Venha conhecer mais e desfrutar mais dos Meios da Graça!

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros...” (Tiago 4:8)

Por: Ataliba E. M. Andrade

terça-feira, 14 de junho de 2011

Verdadeiro Culto - Jonathan Edwards (1703-1758)


A importância das afeições espirituais podem ser vistas a partir dos deveres que Deus designou como expressões de culto.

Oração - Declaramos em oração as perfeições de Deus, Sua majestade, santidade, bondade e absoluta suficiência, nosso próprio vácuo e desmerecimento, nossas necessidades e desejos. Mas, por quê? Não para informar a Deus dessas coisas, pois Ele já as conhece, e certamente não para mudar Seus propósitos e persuadi-lO que deveria nos abençoar. Não, declaramos, porém estas coisas para mover e influenciar nossos próprios corações, e dessa forma nos preparamos para receber as bênçãos que pedimos.

Louvor - O dever de cantarmos louvores a Deus parece não ter outro propósito que o de excitar e expressar emoções espirituais. Podemos encontrar somente uma razão para que Deus ordenasse que nos manifestássemos a Ele tanto em poesia como em prosa, e em cântico como pela fala. A razão é esta: quando a verdade divina é expressa em poemas e cânticos, tem uma tendência maior a se imprimir em nós e mover nossas emoções.

Batismo e a Ceia do Senhor - O mesmo é verdadeiro com relação ao batismo e à Ceia do Senhor. Por natureza, as coisas físicas e visíveis nos influenciam muito. Assim, Deus não somente ordenou que ouvíssemos o evangelho contido em Sua Palavra, mas também que víssemos o evangelho exposto diante de nossos olhos em símbolos visíveis, de modo a nos influenciar ainda mais. Essas demonstrações visíveis do evangelho são o Batismo e a Ceia do Senhor.

Pregação - Uma grande razão porque Deus ordenou a pregação na Igreja é para gravar as verdades divinas em nossos corações e emoções. Não é suficiente que tenhamos bons comentários e livros de teologia. Estes podem iluminar nossa compreensão, porém não têm o mesmo poder que a pregação para mover nossas vontades. Deus usa a energia da palavra falada para aplicar Sua verdade aos nossos corações de forma mais particular e viva.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

COMPREENDENDO O NAMORO BIBLICAMENTE


Parte 1
Tiago Abdalla T. Neto

INTRODUÇÃO

Deixa que digam, que pensem, que falem;
deixa isso pra lá, vem pra cá, o que é que tem?
Eu não estou fazendo nada, você também.
Faz mal bater um papo assim gostoso com alguém?

Essa música expressa a visão pela qual o mundo enxerga um relacionamento a dois, entre pessoas de sexo diferente. O importante é curtir o momento e as sensações de uma relação emocional e física com alguém que me atrai. Não devo pensar nas conseqüências, apenas deixar o clima rolar e ver no que dá. Infelizmente, essa visão distorcida não é exclusividade de incrédulos. Muitos cristãos demonstram imaturidade espiritual e emocional, ao lidarem com pessoas do sexo oposto e ao iniciarem um relacionamento de namoro com alguém. Como bem destacou Jayro Cáceres, “A nossa cultura tem torcido os valores bíblicos… As palavras ‘curtir e aproveitar’ têm substituído a palavra ‘preparar’”.3

Isso revela, de modo profundo, como há uma carência séria e triste da compreensão bíblica do que o namoro realmente significa e qual o seu propósito. O objetivo deste estudo, então, é fornecer a fundamentação e perspectiva bíblica para aqueles que pensam em namoro, preparando-os para os passos corretos, com um foco acertado e de um modo que honre e glorifique a Deus.

UM NAMORO COM PROPÓSITOS

É essencial para um namoro ter propósitos bem claros e delineados. Ainda que o casamento deva estar em foco, sempre, ele não é o propósito principal, mas conseqüência de outros dois propósitos que devem governar nossas vidas.

1. O namoro deve visar a glória de Deus – Rm 11.36; 1 Co 10.31; Cl 3.17
2. O namoro precisa ser uma caminhada rumo à imagem de Cristo – Pv 17.17; Rm 8.29; Ef 4.15-16

Quando estes dois focos são bem claros, antes de tudo, na nossa vida de solteiro, então, saberemos conduzir um namoro agradável a Deus (Rm 12.1; Ef 4.9-10). Um namoro que honra a Deus, sem dúvida, visará o casamento, pois Deus, não criou o namoro em si, mas o casamento. A afeição compartilhada por um casal só tem sentido quando busca a lealdade e a intimidade profunda no casamento. Qualquer relacionamento que fuja disso é brincar com os sentimentos alheios e defraudação (1 Co 13.4-5; Fp 2.3-4; 1 Ts 4.3-6). Vejamos algumas fundamentações bíblicas:

1. O casamento faz parte do plano de Deus na criação da humanidade – Gn 2.18, 24.
2. O casamento reflete a imagem de Deus no homem, em que há diversidade e unidade, ao mesmo tempo – Gn 1.27.
3. No Antigo Testamento, o relacionamento pré-matrimonial entre dois jovens, deveria visar o casamento – Dt 22.23, 24 (esse texto mostra o grau de fidelidade que a noiva devia ao seu futuro marido, idêntico ao de uma mulher casada); Mt 1.18-19, 24-25.
“No Oriente Próximo o noivado ... é quase tão definitivo como o próprio casamento. Na Bíblia a mulher comprometida em noivado era algumas vezes chamada de ‘esposa’ e estava obrigada à mesma fidelidade ... e o noivo era algumas vezes chamado de ‘esposo’”.4
4. O livro de Cantares mostra o amor romântico que se desenvolve no noivado (Ct 1.1. – 3.5) e se concretiza na aliança do casamento e na vida a dois (Ct 3.6 - 8.14).
5. O casamento reflete a relação entre Cristo e a Igreja, previsto desde a eternidade por Deus e que reveste o casamento de dignidade - Ef 5.22-33.

A Bíblia não fala diretamente do namoro, mas apresenta o modelo do noivado que é o que mais se aproxima do namoro atual, em que dois jovens, se comprometem a buscarem a vontade juntos quanto à possibilidade de casamento e caminham nessa direção.5 Como fora destacado:

Quando dois jovens começam a namorar, isso não significa absolutamente que eles irão casar. Mas, deve significar, pelo menos, que eles pensam em se casar. Entregar a mão [...] e o tempo a uma pessoa com quem não se pensa em casar, é pecado.6 (grifo meu)
Quando o namoro busca o casamento, “elimina a idéia de curtição e acentua o seu caráter de preparação”.7 Pois o namoro “é uma fase de preparação para o casamento e mais uma oportunidade para o exercício da suprema tarefa da Humanidade, glorificar o nome de Deus”.8

PRINCÍPIOS ORIENTADORES

Dentro dos propósitos acima, alguns princípios orientadores precisam ser seguidos, visando a glória de Deus no namoro:9

1. O namoro deve ocorrer apenas no contexto entre pessoas da mesma fé – 1 Co 7.39; 2 Co 6.14 – 7.1. “A Bíblia ensina com clareza que crentes não devem se colocar em jugo desigual (2 Co 6.14-16). A visão nítida, preto no branco, de 2 Coríntios 6 – justiça ou iniqüidade, luz ou trevas, Cristo ou o Maligno, crente ou o incrédulo, Deus ou ídolos – não dá margem a erro!”10. “As Escrituras afirmam claramente que um cristão não deve nem considerar um cônjuge incrédulo”.11 “Ser crente é algo mais que confessar sua fé em Jesus Cristo. É também algo mais que ser membro de uma igreja. Ser crente é um estilo de vida. Na prática, significa que você ama a Jesus e está pronto a depender dEle mais que de seu cônjuge”.12
Muita dor pode ser evitada quando o crente decide se submeter fielmente a Deus nessa área. Um relacionamento íntimo com um incrédulo implica em deixar a visão bíblica de vida cristã e adotar à  cosmovisão do(a) namorado(a), que está completamente distante de Deus e morto espiritualmente em seus pecados (Ef 2.1-3).

2. O namoro cristão deve ocorrer no contexto de um desenvolvimento da maturidade cristã – Ef 4.15-16; Cl 3.16. É imprescindível que as duas pessoas que pretendem iniciar um namoro, na direção de um casamento, estejam crescendo na sua fé pessoal com Cristo e juntamente com a igreja, como comunidade. Tanto o texto de Efésios como o de Colossenses que abordam a questão do casamento, a inserem dentro de um contexto de vida espiritual frutífera tanto pessoalmente como em comunidade (ver Ef 5.15-33; Cl 3.12-19).

3. O namoro cristão deve florescer dentro de afinidades cristãs e teológicas – Ec 4.12; Mc 3.24, 25. “Cristão” ou “evangélico” se tornaram termos tão gerais, que é necessário conhecer bem a pessoa, antes, de cultivar um relacionamento afetivo, em que se abra o coração ao outro. É muito importante a pessoa avaliar se o outro pensa de modo concorde a respeito de várias questões muito importantes. O que meu pretendente pensa a respeito de Deus, doutrinas da fé cristã (ex. 1 Jo 4.1-3), vida de devoção pessoal e comunitária, vida familiar, situações de conflito, trabalho e amigos, certamente, são muito importantes para se dar um passo na direção de um namoro e casamento. Há dois artigos em português muito úteis, que auxiliam a fazer perguntas acertadas quando um casal tem em mente o namoro e casamento. Um deles é Tópicos para conversação quando um homem e uma mulher estão considerando o casamento, de John Piper13 (duas perguntas na parte de Marido e Esposa são recomendáveis apenas para noivos) e Devemos nos casar? de David Powlison e John Yenchko.14

4. O namoro cristão precisa visar objetivos futuros em comum - Am 3.3. “Unir-se significa andar na mesma direção que seu cônjuge ... Duas pessoas muito diferentes podem ter um casamento maravilhoso, mas há alguns aspectos básicos em que o acordo é necessário para que um homem e uma mulher possam se unir um ao outro”. Quando os três pontos acima são avaliados com honestidade e seguidos, então, há uma grande possibilidade de que este último seja observado com sucesso. Todavia, planos como futura profissão ou ministério, estilo de vida, entre outros, precisam ser avaliados com cuidado e ser percebido até que ponto um se adapta ao plano e projeto do outro e está disposto a seguir com o relacionamento nas condições conversadas.

Bibliografia Consultada e de Apoio: 

1 D’ARAÚJO, Caio Fábio, Filho. Abrindo o jogo sobre o namoro. 4 ed. Venda Nova, MG: Betânia, 1985.; FERGUNSON, Sinclair B. Descobrindo a vontade de Deus. 2 ed. São Paulo: PES, 1997.; CÁCERES, Jayro M. Namoro: curtição ou preparação. In: SBPV. Ética Pesoal 1. Atibaia, SP: SBPV (Seminário Bíblico Palavra da Vida). (Apostila preparada para as aulas de Ética Pessoal no SBPV). p. 58; POWLINSON, David A., YENCHKO, John. Devemos nos casar?. In: SBPV. Aconselhamento Bíblico. 2 ed. Atibaia, SP: SBPV, 2000. v. 1. p. 118-127.; MACK, Wayne. Preparing for marriage. USA: Virgil Hensley, 1986.; PIPER, John. Tópicos para conversação quando um homem e uma mulher estão considerando casar. Cuiabá, MT: Monergismo, 2006. Disponível em www.monergismo.com.; MENDES, Alexandre Chiaradia. Uma perspectiva bíblica sobre o namoro. Atibaia, SP: SBPV, 2006. (Trabalho de Conclusão não publicado do curso de Bacharel do SBPV).; HARRIS, Joshua. Eu disse adeus ao namoro. Belo Horizonte, MG: Atos, 2001; WRIGHT, J. S., THOMPSON, J.A. Matrimônio. In: DOUGLAS, J. D. O novo dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova. v. 2. p. 1012-1017.

2 D’ARAÚJO. p. 17.
3 CÁCERES. p. 58.
4 WRIGHT, THOMPSON. p. 1014.
5 Ver MENDES. p. 7-8.
6 D’ARAÚJO. p. 17. É importante destacar que o presente autor não concorda de modo algum com as idéias
atuais de Cáio Fábio, apenas usa um de seus livros, por sinal, excelente livro sobre o namoro, escrito muitos anos
antes de sua derrocada espiritual, conhecida no contexto evangélico brasileiro.
7 CÁCERES. p. 58.
8 MENDES, p. 6.
9 A seqüência que segui nesse ponto encontra seu molde em CÁCERS. p. 58.
10 POWLINSON, YENCHKO. p. 119.
11 HARRIS, p. 189.
12 POWLINSON, YENCHKO. p. 118.
13 PIPER, John. Tópicos para conversação quando um homem e uma mulher estão considerando casar. Cuiabá, MT: Monergismo, 2006. Disponível em www.monergismo.com.
14 ; POWLINSON, David A., YENCHKO, John. Devemos nos casar?. In: SBPV. Aconselhamento Bíblico. 2 ed. Atibaia, SP: SBPV, 2000. v. 1. p. 118-127.

Disponível em:
http://www.monergismo.com/textos/familia_casamento/comp-namoro-%20biblia-pt1_tiago-abdalla.pdf

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um chamado para angústia - David Wilkerson

FAMÍLIA CORREA MACHADO - Junho 2011

Alex, Thaís e Pedro

“VENHO SEM DEMORA”

Jesus está voltando, e Ele vem sem demora. Por três vezes, essa expressão - Venho sem demora - é mencionada em Apocalipse 22. Na primeira (v. 7) ele nos diz que precisamos guardar a Palavra de Deus. Na segunda (v. 12) ele diz que retribuirá a cada um segundo as suas obras, e na terceira (v.20), João nos informa qual deve ser a resposta do crente, pois ele diz: “Amém. Vem, Senhor Jesus”. Somos desafiados a guardar a Palavra, realizar boas obras, e por fim, devemos aguardar ansiosamente a volta dEle. Pois ela é prometida e acontecerá a qualquer momento! Diante disso devemos dizer:

Amém. Vem, Senhor Jesus!

PREPARO PARA O CAMPO

Seguimos aqui no SBPV nos preparando para o futuro ingresso no campo. Neste tempo estamos aprendendo muito sobre a Palavra do Senhor e a melhor maneira de comunicá-la a outros.

Como já falamos no informativo anterior, graças a Deus, conseguimos algumas bolsas de estudos e com isso estamos conseguindo cumprir com nossos compromissos financeiros, mesmo com nosso orçamento incompleto. Louvado seja Deus por isso. Mas a cada mês, o Senhor nos ensina a confiar somente Nele.

Estamos servindo a Deus na Primeira Igreja Batista em Monte Verde, trabalhamos direta-mente com os juniores da igreja e algumas vezes ajudamos com os jovens e no culto a noite. Estamos felizes com o ministério realizado e com a recepção da igreja, temos sido recebidos com muito amor e carinho. Louvado seja Deus por esta querida igreja.

Queridos, queremos dizer que sem vocês não seria possível realizarmos qualquer ministério. Vocês são importantes para nós, pois creio que muitas barreiras espirituais já foram vencidas devido as suas orações. Queremos agradecer a cada um pelas orações, apoio, conselhos e ofertas.

Temos juntos, a oportunidade de glorificarmos a Deus. E isso é maravilhoso!

VIAGEM MISSIONÁRIA

No próximo dia 25 estaremos viajando para Pernambuco, numa cidade chamada Belém de Maria. Nesta viagem estaremos auxiliando a igreja local através de estudos, pregações, discipulado e evangelismo. Permaneceremos durante um mês na cidade.

Pedimos que os irmãos orem por esta viagem. É uma região muito carente, tanto de um aspecto financeiro quanto espiritual. Uma cidade castigada pelas fortes chuvas, em que muitos moradores perderam suas casas devido as enchentes. Também é uma cidade mar-cada pela idolatria, promovida pelo forte catolicismo da região.

Orem por nós, pra que Deus quebrante corações e Cristo seja exaltado naquela cidade. Também orem pela igreja da cidade, que é liderado por Gilmar e Sueny, com sua filhinha Giulia de 4 anos.

Orem também pelo nosso filho, ele está com 5 meses e precisará do cuidado de Deus du-rante esta viagem.

GRATIDÃO E LOUVOR:

- No próximo mês, dia 26 comple-taremos dois anos de casados e louvamos a Deus pois a cada dia vemos as Suas bênçãos em nosso matrimônio;

- Pelo ministério realizado na Igreja em Monte Verde;

- Pela vida do Pedro, pois está crescendo com muita saúde;

- Pelo sustendo físico e financeiro;

PEDIDOS DE ORAÇÃO

- Pela viagem missionária, pra que Deus abençoe o ministério que iremos realizar lá e que seja uma viagem frutífera;

- Por nosso sustento aqui no semi-nário, que ainda não está completo;

- Pelos estudos, pra que possamos cumprir com todas as exigências do seminário;

- Pelos juniores da igreja de Monte Verde, para que cresçam em santi-dade. E para que mais juniores da cidade sejam salvos


“ANUNCIAI ENTRE AS NAÇÕES A SUA GLÓRIA, ENTRE TODOS OS POVOS AS SUAS MARAVILHAS” 1 Cr 16.24
 Família

 Grupão no Seminário

Passeio com juniores

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Confissões

Confissões - Agostinho de Hipona (13 de novembro de 354 a 28 de agosto de 430)

LIVRO PRIMEIRO
CAPÍTULO I
Louvor e Invocação

És grande, Senhor e infinitamente digno de ser louvado; grande é teu poder, e incomensurável tua sabedoria. E o homem, pequena parte de tua criação quer louvar-te, e precisamente o homem que, revestido de sua mortalidade, traz em si o testemunho do pecado e a prova de que resistes aos soberbos. Todavia, o homem, partícula de tua criação, deseja louvar-te.
Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso. Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-te e louvar-te, ou se devo antes conhecer-te, para depois te invocar. Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes ser invocado para depois ser conhecido? Mas como invocarão aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que o buscam, porque os que o buscam o encontram e os que o encontram hão de louvá-lo.
Que eu, Senhor, te procure invocando-te, e te invoque crendo em ti, pois me pregaram teu nome. invoca-te, Senhor, a fé que tu me deste, a fé que me inspiraste pela humanidade de teu Filho e o ministério de teu pregador.

sábado, 4 de junho de 2011

Da imitação de Cristo e desprezo de todas as vaidades do mundo

Tomás a Kempis - 1379 a 1441

1. Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

2. A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

3. Que te aproveita discutires sabiamente sobre a Santisíma Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a
ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus. 

4. Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

5. Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.

Capítulo 1 - Primeiro Livro - A imitação de Cristo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A importância de uma cosmovisão para o jovem pré-universitário

... Tendo vivido em dois continentes, percebo que o jovem brasileiro chega à universidade com mais conhecimento de que seu equivalente norteamericano, e geralmente mais conhecedor das realidades do mundo. Ainda assim, creio que numa dimensão importantíssima o jovem brasileiro, em particular o jovem cristão brasileiro, chega à universidade (e à sociedade) mal preparado.

Estou falando especificamente da questão da cosmovisão. Uma cosmovisão é um conjunto de idéias básicas que definem a filosofia de vida de uma pessoa. Minha constatação é que os jovens cristãos em nosso país chegam à universidade sem uma cosmovisão formada. O tempo que passam na igreja não é suficiente para inculcar tais idéias de modo a resistir à avalanche humanista pós-moderna no ambiente universitário.

Num mundo ideal, pais transmitiriam tais idéias e valores aos filhos. Num mundo um pouco menos ideal, as igrejas transmitiriam tais valores às crianças e adolescentes. No mundo real ambas as agências – lar e igreja – têm deixado a desejar nessa transmissão de valores..."

Carlos Osvaldo Pinto