sexta-feira, 30 de novembro de 2012

QUATRO ONDAS DE MUDANÇA EM MISSÕES - John Piper


Se Deus se agradar em responder nossas orações em favor de missões, elas podem se tornar quatro ondas que vêm sobre milhares de pessoas e igrejas. Estas são as ondas pelas quais estou orando:

Onda 1: colocar a evangelização mundial nas paixões de uma nova geração.

"Missional" é a palavra de nossos dias. Contudo, a obra de missões não é realizada sempre no mundo. Fazer missões significa transpor uma barreira étnica e lingüística (que pode exigir 20 anos), a fim de implantar o evangelho em um povo que não tem acesso ao evangelho. O obra de missões elabora estratégias para alcançar não somente pessoas não-alcançadas, mas também povos não-alcançados. "Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todos" (Sl 67.3). A Onda 1 se tornaria o DNA de "missional".

Onda 2: entretecer de novo o horror do inferno em nossa compaixão.

Eu oro para que o slogan de missões mundiais seja: nós nos preocupamos com todo sofrimento, especialmente o sofrimento eterno. Todas estas palavras são importantes: sofrimento, eterno, especialmente, todo, preocupamos, nós. Cada uma delas denota carga. A Onda 2 resultaria em que essa carga seria carregada em milhares de trens evangélicos direcionados à vizinhança e às nações.

Onda 3: destruir percepções erradas sobre o que é necessário em missões.

Espero que nosso pensamento sobre a evangelização dos povos destrua a noção de que missões podem ficar em nossa pátria agora, porque todas as nações têm vindo até nós. A região em que eu moro está sendo atualmente referida pela City Vision como "a mais etnicamente diversa e única da América, onde se fala mais de 100 línguas". Isso muda bastante a maneira como fazemos missões. Mas uma coisa que isso não muda é o fato de que o Joshua Project cataloga não algumas centenas, e sim 6.933 povos que, globalmente, não têm uma presença auto-sustentável do evangelho. Outro conceito errado que eu gostaria de ver destruído é o de que os ocidentais devem apenas mandar dinheiro, em vez de irem como missionários. Minha paráfrase: que outros dêem o seu sangue. Nós damos o nosso dinheiro. Falando de maneira realista, a maioria dos povos não-alcançados não tem melhor acesso ao nosso dinheiro do que nós o temos. "Não-alcançado", em seu sentido pleno, significa: não há nenhum missionário no povo para o qual você poderia enviar dinheiro, se quisesse fazer isso. Portanto, a Onda 3 resultaria em fazer tudo: missões aos povos não-alcançados que vivem entre nós, apoiar missões de outras igrejas que enviam e, em especial, mobilizar sua própria igreja para alcançar os milhares de povos que não têm acesso ao evangelho.

Onda 4: convencer os pastores de que uma paixão pela glória mundial de Deus é boa para os crentes de nosso país.

Se a luz de sua vela pode brilhar até milhares de quilômetros, ela está queimando com bastante intensidade no seu próprio lar. Que tipo de cristãos queremos que nossas igrejas produzam? Considere: cristãos indiferentes, que gastam maior parte de seu tempo livre em entretenimento mundano, raramente oram, choram ou trabalham para alcançar os povos que perecem. Não os afague. Confronte-os. Exorte-os a ter uma vida. Assistir a filmes todas as noites os deixa espiritualmente sem poder e vazios. Eles precisam de uma causa muito nobre pela qual podem viver. E pela qual podem morrer. A Onda 4 faria de missões mundiais o ponto de ebulição para muitos crentes despertados.
Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright©2011 Desiring God Ministries
Copyright©2011 Editora Fiel

Traduzido do original em inglês: Four Waves of Change in Missions.

Publicado originalmente do blog: Blog Desiring God.
Fonte: www.editorafiel.com.br

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Enfraquecendo a Raiz do Desejo Mau



1. Um enfraquecimento habitual do mau desejo

Toda lascívia (desejo mau) é um hábito depravado, que continuamente inclina o coração para o mal. Em Gênesis 6:5, temos uma descrição de um coração no qual o pecado não foi mortificado: "era continuamente mau todo desígnio do seu coração". Em todo homem não convertido, há um coração que não foi mortificado e que está cheio de uma variedade de desejos ímpios, e cada um desses desejos está continuamente clamando por satisfação.

Concentrar-nos-emos apenas na mortificação de um desses desejos. Este desejo (pense no pecado que mais lhe atrai) é uma disposição forte, habitual, e profundamente enraizada, que inclina a vontade e os sentimentos para certo pecado em particular. Uma das grandes evidências de tal desejo mau é a tendência para se pensar nas diversas maneiras de gratificá-lo (veja Rom. 13:14). Este hábito pecaminoso (ou seja, a lascívia ou desejo mau) opera violentamente. "Fazem guerra contra a alma" (1 Ped. 2:11) e buscam tornar a pessoa um "prisioneiro da lei do pecado" (Rom. 7:23). Ora, a primeira coisa que a mortificação efetua é o enfraquecimento deste desejo mau, de modo que se torna cada vez menos violento nos seus esforços para provocar e seduzir a pecar (veja Tiago 1:14,15).

A esta altura, é preciso que se faça uma advertência. Todos os desejos maus têm o poder de seduzir e provocar alguém a pecar, porém parece que não têm, todos eles, o mesmo poder. Há pelo menos duas razões pelas quais alguns desejos maus parecem ser muito mais fortes do que outros:

a) Um desejo mau pode ser mais forte do que outros na mesma pessoa e também mais forte do que o desejo numa outra pessoa. Há muitas maneiras pelas quais este poder e vida extras são dados, mas especialmente isso ocorre por meio da tentação.

b) A ação violenta de alguns desejos maus é mais óbvia do que a de outros. Paulo sublinha uma diferença entre impureza e todos os outros pecados. "Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1 Cor. 6:18). Isso significa que pecados dessa natureza são mais facilmente discerníveis do que outros. Contudo, uma pessoa com um amor desordenado pelo mundo pode estar debaixo do poder desse desejo mau (embora esse poder não seja tão óbvio) tanto quanto outro homem que é cativado por um desejo mau ou por uma imoralidade sexual.

A primeira coisa, então, que a mortificação efetua é um enfraquecimento gradual dos atos violentos do desejo mau, de modo que seu poder para impelir, despertar, perturbar e deixar a alma perplexa seja diminuído. Isso é chamado de crucificar "a carne, com as suas paixões e concupiscências" (Gál. 5:24). Esta linguagem é muito gráfica, como se pode ver na seguinte ilustração:

Pense num homem pregado numa cruz. A princípio o homem se esforçará, lutará e clamará com grande intensidade e poder. Depois de certo tempo, à medida em que vai perdendo sangue, seus esforços se tornam fracos e seus gritos baixos e roucos. Da mesma maneira, quando um homem se propõe a cumprir seu dever de mortificar o pecado, há uma luta violenta; todavia à medida em que a força e a energia do desejo mau se esvai, seus esforços e gritos diminuem. A mortificação radical e inicial do pecado é descrita em Romanos, capítulo 6, e especialmente no versículo 6:

"Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem" - para qual propósito? - "para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos ao pecado como escravos".

Sem esta mortificação inicial e radical, realizada mediante união com Jesus Cristo, como descrita em Romanos, capítulo 6 (no próximo capítulo diremos mais sobre isto), uma pessoa não pode fazer progresso na mortificação de um único desejo mau. Uma pessoa pode dar pauladas no mau fruto de uma árvore má até ficar esgotada, porém enquanto a raiz permanecer forte e vigorosa nenhum grau de espancamento impedirá que a raiz produza mais frutos maus. Esta é a tolice que muitas pessoas praticam quando se dispõem com todo fervor a quebrar o poder de qualquer pecado em particular, sem realmente atacar e ferir a raiz do pecado (como acontece quando um cristão é unido a Jesus Cristo).

2. Uma contenda e uma luta constante contra o pecado

Quando o pecado é forte e vigoroso, a alma não consegue fazer grande progresso espiritual. A não ser que constantemente lutemos contra o pecado, ele crescerá forte e vigorosamente, e nosso progresso espiritual será constantemente impedido. Há três coisas importantes no contendermos com o pecado. São as seguintes:

a) Precisamos conhecer nosso inimigo e estar determinados a destruí-lo por todos os meios possíveis. Temos que lembrar que estamos num conflito acirrado e árduo, um conflito que tem sérias consequências. Precisamos estar alertas "conhecendo cada um a chaga do seu coração" (1 Reis 8:38). Precisamos guardar-nos de pensar levianamente nessa chaga. E de se lamentar que muitos tenham tão pouco conhecimento do grande inimigo que levam com eles nos seus corações. Isso os torna dispostos a se justificarem e a ficarem impacientes com qualquer reprovação ou admoestação, não se apercebendo de que estão correndo perigo (veja 2 Cron. 16:10).

b) Precisamos nos esforçar para aprender os modos de agir de nosso inimigo, suas estratégias e os métodos de combate que ele emprega, as vantagens que ele procura obter e, até mesmo, detectar as ocasiões quando o seu ataque é mais bem sucedido. Quanto mais soubermos estas coisas, melhor estaremos preparados para lutar e contender com o pecado. Por exemplo: se observarmos que o inimigo repetidamente se aproveita de nós, e leva vantagem, em determinada situação, então procuraremos evitar essa situação. Precisamos buscar a sabedoria do Espírito contra as ciladas do pecado que habita em nós, para que possamos rapidamente discernir as sutilezas do nosso inimigo e frustrar seus planos maus contra nós.

c) Precisamos empenhar-nos diariamente para utilizar todos os meios que Deus ordenou para ferir e destruir o nosso inimigo (alguns desses serão mencionados mais adiante). Jamais devemos permitir que sejamos conduzidos a uma falsa segurança, pensando que nossos desejos pecaminosos já estão mortos devido estarem quietos. Em vez disso precisamos aplicar-lhes novos golpes e surras todos os dias (veja Col. 3:5).

3. Sucesso na nossa oposição e no nosso conflito com o pecado que habita em nós. 

Quando há frequente sucesso contra qualquer desejo mau, isso é uma outra evidência da mortificação do pecado. Por sucesso queremos significar uma vitória sobre ele, acompanhada da intenção de dar sequência a essa vitória e atacar novamente. Por exemplo: quando o coração detecta as ações do pecado que habita em nós (procurando nos seduzir, nos atiçar, influenciar nossa imaginação, etc) ele imediatamente ataca o pecado, o expõe à lei de Deus e ao amor de Cristo; ele o condena e o executa.

Quando uma pessoa experimenta tal sucesso e sabe que a raiz do desejo mau foi, na verdade, enfraquecida, e que sua atividade foi contida de modo que não pode mais impedi-lo de cumprir o seu dever ou interromper sua paz como acontecia antes, então o pecado foi, em considerável medida, mortificado.

Este enfraquecimento da raiz do desejo mau é realizado principalmente pela implantação, continuidade e cultivo constante da vida espiritual da graça, que se coloca em oposição direta ao desejo mau, e lhe é destruidora (compare com o capítulo 4, pág. 110, item 2). Desse modo, pela implantação e pelo crescimento da humildade, o orgulho será enfraquecido. Da mesma maneira, a paciência tratará da paixão; a pureza da mente e da consciência cuidará da impureza; a mente celestial porá fim ao amor deste mundo, e assim por diante.

- por John Owen (1616-1683)

http://2timoteo316.blogspot.com.br/2012/11/enfraquecendo-raiz-do-desejo-mau.html

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

MISSÃO DE DEUS OU "FAZER" MISSÕES?




Nasci em família cristã e vim ao Brasil aos quatro meses de idade com meus pais. Sempre nos foi transmitida a idéia de que éramos “missionários” porque saíramos de nossa terra e viéramos a outro país realizar a obra de evangelização e plantação de igrejas. Meus pais labutaram dezessete anos no Brasil, ligados ao Board of Foreign Missions da Southern Presbyterian Church e afiliados ao West Brazil Mission. Nosso primeiro lar foi em Patrocínio, MG, onde fui batizada ainda pequenina. Meus pais aprenderam a língua portuguesa e eu aprendi a falar na língua deles bem como na língua dos “objetos do seu esforço”. Após “dominar” a língua, meu pai foi designado para o pastoreio em Monte Carmelo, Minas, e minha mãe atuava como educadora cristã, enfermeira, parteira, organista ou acordeonista, dependendo de o culto ser dentro da igreja ou algum outro lugar, para onde o acordeão era facilmente transportado. Eu acompanhava meus pais para todo lado e sentia-me privilegiada por ser missionária com eles.

Com quatro anos de idade, sob forte convicção de pecado, percebi que nunca aceitara pessoalmente a Jesus como meu Salvador, e orei com minha mãe para receber Jesus no coração.  Meus pais liam a Bíblia comigo e, depois que aprendi a ler, orgulhava-me de fazê-lo sozinha, orar e cantar hinos e corinhos – e evangelizar outras crianças vizinhas. Um hino que aprendi cedo foi “Mesmo um menino pode crer na salvação de Deus” (Cânticos de Salvação para Crianças, APEC) e também cria fielmente na letra de outro: “Posso se um missionariozinho ao falar de Cristo ao meu companheirinho; posso trabalhar em minha terra; manda-me pois Senhor”.

 A ideia que eu imitava e compartilhava com meus pais e com outros crentes – tanto missionários quanto “objetos”[1] da missão, era que seríamos missionários por haver saído de uma terra de origem para pregar a outro povo – e assim, éramos um pouco mais importantes (e mais dedicados!) no reino de Deus do que os crentes comuns. Isso trazia também mais responsabilidades: eu tinha de ter um melhor comportamento que o de meus amiguinhos, ser exemplo de crente e sempre agir como “filha do Rei” (ou filha de missionário).

Depois de um ano de férias nos Estados Unidos, onde de certa forma éramos “celebridades” – pelo menos entre as igrejas que participavam de nosso sustento – voltamos ao Brasil, desta vez para Goiânia. Ao pastorado papai acrescentou a atividade de programa de rádio, e minha mãe nos ensaiava (minha irmã e eu) para cantarmos duetos na rádio – críamos piamente que nós mesmas estávamos evangelizando através da música. Jamais admitimos (a nós ou aos outros) nosso orgulho exibicionista (eu sou filha do Rei… herdeira com Cristo, sim, sou filha do Rei, uai! É bom demais da conta!) porque estávamos proclamando o evangelho.

Aos onze anos viajei com uma família da missão Novas Tribos para o norte de Goiás (hoje Tocantins) onde atuavam como missionários entre os índios. Fiquei empolgada com seu trabalho. Um ano depois, em uma conferência de um avivalista em Goiânia, fui à frente atendendo o chamado de Jesus, decidindo que serviria ao Senhor onde quer que ele mandasse. Na época, estava fascinada pelo evangelismo de judeus e até me correspondi com diversos missionários (adultos) para aprender mais sobre esse trabalho. Missões, até então, era um trabalho que dependia da nossa decisão e realização!

Meus pais deixaram a missão presbiteriana e se tornaram batistas independentes, e nessa ocasião eu os acompanhei “às águas”. A igreja a que nos filiamos era avivada e zelosamente legalista. Passei a ensinar na escola dominical para uma classe de meninas de oito anos. Sentia-me realizada como missionária mirim que se achava grande coisa para Jesus.

Muitas pessoas foram influenciadas por meus pais. Em 1984 – apesar de ele haver se afastado do ministério desde 1965 e abandonado minha mãe, bem como suas filhas, desde o meu casamento em dezembro de 1966 –  diversos “frutos de seu antigo ministério” agora atuantes líderes nas igrejas pelo Brasil afora, pela graça de Deus estavam presentes no sepultamento do papai.

Juntamente com meu marido e outros nove alunos, fui da primeira turma do Instituto Bíblico Palavra da Vida, preparando-me para missões. Continuava com a visão missionária de “ir” – sair de uma terra para um lugar distante a fim de compartilhar as boas novas – como fez Carrey, o primeiro missionário da era moderna.

Ali, começamos a aprender que o imperativo de Mateus 28.29-30 não era um de ir, mas de fazer discípulos onde quer que estivéssemos indo. Respirávamos missões desde o acordar até o dormir – e muitas vezes sonhamos com algum lugar distante onde serviríamos com abnegação ao Senhor da Seara.

Quando nos casamos, tínhamos em mente que seria em algum canto obscuro entre índios, mas começamos a nos empolgar também pelo evangelismo de judeus e, em janeiro de 1969, logo após a ordenação do Wadislau, fomos para Belo Horizonte como os primeiros missionários da Missão Brasileira Messiânica. Nosso filho Davi, “pequeno missionário” (com um ano e três meses!) nos acompanhava nas idas para “levantamento de fundos” e pregação da palavra.

Os anos foram passando, e alguns conceitos foram mudando. O evangelho de Jesus Cristo conforme ensinado no Antigo e no Novo Testamento, não muda – mas nosso conceito de missões foi se expandindo e sendo burilado pelo Espírito Santo. Hoje entendemos que não somos nós que “fazemos missões” – a missão é de Deus – parte de Deus e não de nossas obras, e é realizada por ele. Missão é um termo de propósito ou alvo em longo prazo que será atingido mediante objetivos próximos e ações planejadas. Dentro dessa missão tão ampla, há espaço para missões subordinadas, no sentido de tarefas específicas designadas por uma pessoa ou grupo de pessoas, que serão realizadas como passos em direção à missão mais ampla. Mas temos uma abordagem missiológica de toda a Bíblia, porque a missão é de Deus e ele fala através de sua Palavra, ensinando “o propósito pelo qual a Bíblia existe, o Deus que a Bíblia nos entrega, o povo cuja identidade e missão a Bíblia nos convida a compartilhar, a história que a Bíblia conta sobre Deus e sobre esse povo, bem como sobre o mundo inteiro e seu futuro, que abrange passado, presente e futuro, a vida, o universo e todas as coisas…”[2]

Estamos aprendendo missões na palavra de Deus. Lemos a Bíblia de forma missional, como matriz hermenêutica para nosso entendimento da Escritura e do mundo. Enquanto cumprimos a missão de Deus no mundo de fazer convergir nele (Jesus Cristo, Deus encarnado – Ef 1.10) todas as coisas, para a sua glória, ele faz em nós tanto o querer quanto o realizar.[3]

Não tenho a profissão de missionária; sou professora de inglês ainda que hoje não a exerça; sou tradutora de livros, comunicadora e escritora. Minha função primária é de ajudadora de meu marido e apoio para filhos, noras, netos e quem porventura chegar a nossa casa.

Tenho funções polivalentes, como um canivete suíço, mutáveis e sempre em transição, com a meta de amar, obedecer e servir a Deus em casa ou por onde passar até os confins da terra. Sou enviada a cumprir a missão de Deus, pois desejo proclamar o evangelho da missão de Deus em palavra e vida. Sou uma missionária fracassada, pois não tenho grandes feitos em meu currículo – mas sirvo a um grande Deus de visão missional – e continuarei nisso até que ele me leve à sua presença total nas bodas do Cordeiro.

Aqui na terra, aprendo a cada dia com obreiros que servem às crianças, aos atletas, aos idosos, aos jovens, aos hospitalizados, aos indígenas, aos universitários, aos judeus, aos pescadores e a toda espécie de pecadores – aprendendo cada dia a conhecer melhor a Jesus, o poder da sua ressurreição e a comunhão de seus sofrimentos (Fp 3.10). Não existe vida melhor que essa! Não existe outra missão senão essa – glorificar a Deus e gozá-lo para sempre[4].

Elizabeth Gomes


[1] Essa idéia de “objeto” ou “alvo” estava sempre implícita nessa “bulls’-eye theology” (centro do alvo) adotada por missionários, obreiros e “crentes comuns.”
[2] Wright, Christopher, The Mission of God, Downers Grove: InterVarsity, 2012, p. 23
[3] Ibid, p.32
[4] Primeira resposta do Catecismo de Westminster


http://coramdeocomentario.blogspot.com.br/2012/10/missao-de-deus-ou-fazer-missoes.html

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Carta Mayara


Queridos irmãos,

      Agradeço a Deus por ter me resgatado das trevas para a Sua maravilhosa luz, desde 2003. Também sou grata por ter me colocado na Primeira Igreja Batista em Extrema e posto em mim o desejo em preparar-me para servi-Lo onde quer que eu esteja.

         Esse desejo de ir ao Seminário Bíblico Palavra da Vida vem desde os meus primeiros anos de conversão, aonde por duas vezes cheguei a pedir a autorização dos meus pais que, pela soberania divina, não aprovaram. Após isso Deus direcionou-me a fazer um curso técnico em enfermagem, o que me ajudará muito no ministério. Porém, por meio do curso, o novo emprego na Santa Casa de Bragança Paulista e más escolhas, acabei afastando-me da igreja e dos propósitos Dele pra mim.

No entanto, Deus com Sua infinita bondade, misericórdia e graça, em meados deste ano trouxe-me de volta a Seus planos e vontades; restaurou em mim o desejo de servir integralmente a Ele. Ao longo desses meses tenho visto as respostas de Deus quanto a ir, com o apoio da minha mãe e aceitação do meu padrasto; a alegria de amigos e familiares e a forma como tem sido conduzido todo o projeto.

Ir para o SBPV significa dar o primeiro passo para meu preparo para o campo que Deus queira que eu trabalhe. Estarei fundamentando minha fé e a desenvolvendo através do aprofundamento do estudo da palavra e relacionamento com Deus, pela causa de Cristo, para ser um instrumento hábil em Suas mãos. (2 Co 4: 5; Rm 10:14-15).

Há um custo para isso, o valor é aproximadamente R$ 1.500,00. No valor está agregado:

Moradia: um dormitório com banheiro (incluso água e luz);
Alimentação: com 3 refeições diárias (café da manhã, almoço e janta);
Estudos: aulas diárias, materiais didáticos, biblioteca e internet.

         Esse curso é oferecido em regime integral, não sendo assim possível um trabalho assalariado e o custo parece assim ainda maior do que realmente é. Mas conto com o sustento proveniente de Deus, Criador de todos e tudo o que há (Sl 24:1), usando a vida dos irmãos para isso (1 Jo 3: 17; Lv 25: 35; Dt 15:7).

         Sei que cada um tem seus compromissos, mas creio que Deus pode dar insuperável graça a vocês, para contribuírem e investirem no reino através de mim com alegria independente do valor (2 Co 9: 7-15; Fp 4: 17; 1Cr 29: 5b, 8-9).

         Amados, qualquer oferta é bem vinda, não se constranja com aquilo que pode me dar, se R$0,01, que assim seja com alegria, Deus é poderoso para multiplicar. Peço por fidelidade, não a mim, mas à obra. Comprometa-se comigo para a glória do nosso Pai!

Em Cristo,

Mayara Cristina de Souza Olimpio

Contatos

Celular: (35) 9110-4767
E-mail: mcsouza.olimpio@gmail.com