quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Onde já se viu


A rua onde eu morava não era asfaltada e, para piorar a situação, a prefeitura tinha cavado enormes valetas para instalar a nova rede de água. Devido à chuva, o barro era terrível!

Andando descalço sobre os montes de terra, lá ia eu rumo ao armazém comprar não sei o para minha mãe. Foi então que vi uma senhora muito bem vestida que descia pela rua com o guarda-chuva aberto, amassando o barro com sapatos de salto alto. "Onde já se viu, andar assim no barro!", pensei.

Ao passar por ela, a senhora me dirigiu uma pergunta:
- Menino, esta é a rua B?
- Sim, é sim - respondi.
Ela agradeceu e pensou olhando para mim: "Onde já se viu andar assim no barro!"

Segui meu caminho e quando voltei, lá estava a mesma senhora, caminhando bem lentamente, sem ter como evitar o barro. Pulando sobre os pequenos montes de terra eu a alcancei e fui andando ao seu lado. Ela me perguntou:
- Sabe se é nesta rua que vive a dona Maria Mendes?
- Dona Maria é minha avó! Moramos ali naquela casa.

Aquela senhora era uma crente que, movida pelo sentido de dever cristão, estava indo visitar minha avó. Quanto sacrifício para fazer uma visita! E, entretanto, aquela mulher prosseguia!

Muitos crentes pensam que visitar é responsabilidade exclusiva do pastor. A Bíblia, todavia, não ensina isso. Ela diz que visitar é uma das principais práticas daqueles que vivem uma religião pura e sem mácula (Tg 1.27).
As vezes esquecemos isso e nem notamos quem está ausente, enfermo ou necessitado. Onde já se viu!

Pr. Marcos Granconato

Um comentário:

  1. Se a Bíblia diz que visitar é uma das principais práticas daqueles que vivem uma religião pura e sem mácula; Que tal "todos nós" imitarmos aquela senhora mais do que fazemos hoje?; inclusive "eu, tú, ele, nós, vós ou eles"?

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