sábado, 18 de junho de 2011

Por Amor de Mim - Jonathan Edwards

[A operação de Deus que visa ao seu próprio benefício é o mesmo que a sua operação que visa à sua glória]

O que Deus diz na sua Palavra nos leva, naturalmente, a supor que a maneira como ele faz de si mesmo o seu fim na sua obra ou obras, visando ao próprio benefício, é determinar sua glória como o seu fim.

Assim, Isaías 48.11 diz: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a outrem". Isso equivale a dizer: alcançarei o meu fim; não abrirei mão da minha glória; ninguém tirará de mim esse prêmio. Fica bastante claro nessa passagem que o nome de Deus e sua glória, que parecem significar a mesma coisa (como será observado em mais detalhes adiante) são referidos como o seu fim último na grande obra mencionada, não como um fim inferior e subordinado, subserviente aos interesses de outros. As palavras são veementes. A ênfase e a repetição nos obrigam a entender que os atos de Deus visam, em última análise, ao seu benefício próprio: "Por amor de mim, por amor de mim, é que faço isto".

Assim, as palavras do apóstolo em Romanos 11.36 nos levam a supor, naturalmente, que todas as coisas são para Deus ao serem para a sua glória. "Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" No contexto anterior, o apóstolo observa as concessões maravilhosas de sabedoria divina, levando todas as coisas a serem para ele, no seu resultado, do mesmo modo como são dele em princípio e como são governadas por ele. Seu raciocínio mostra como Deus planejou e realizou essas coisas, ao estabelecer o reino de Cristo no mundo; ao deixar os judeus e chamar os gentios; ao incluir o que faria dali em diante; ao chamar os judeus para junto de si depois de alcançar a plenitude dos gentios; com as circunstâncias dessas obras maravilhosas, a fim de mostrar claramente a sua justiça e bondade, magnificar a sua graça e manifestar a soberania e generosidade da graça e a dependência absoluta de todas as coisas para com ele. Então, nos quatro últimos versículos, ele irrompe numa exclamação deveras patética, expressando sua grande admiração pela profundidade da sabedoria divina, nos passos que Deus dá para alcançar esse fim e fazer que todas as coisas sejam para ele. Por fim, ele expressa anuência jubilosa ao plano excelente de Deus ao intentar que todas as coisas o glorifiquem, dizendo: "A ele, pois, a glória eternamente!", o que é o mesmo que dizer que todas as coisas são maravilhosamente ordenadas para a sua glória, de modo que a ele pertence toda a glória para sempre.

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