terça-feira, 31 de maio de 2011

Temas para Meditar


1. O primeiro é a majestade de Deus. “Acima de tudo”, escreve Swinnock, “medite na infinita majestade, pureza e misericórdia daquele Deus contra quem tens pecado”. Charnock concorda: “Tenham sempre em vista as excelências de Deus”. Gurnall encoraja seus leitores a meditarem na “infinita santidade de Deus”. Similarmente, Baxter direciona seu público a “mergulhar nas meditações do Todo-Poderoso”, adicionando: “Alguém pensaria que se eu não lhes desse nenhuma outra tarefa, e nem falasse de nenhuma outra questão para a meditação, esta seria suficiente; pois esta é, de certa forma, tudo”. A urgência de Baxter origina-se de sua convicção que o “melhor cristão” é aquele “que tem a mais plena impressão sobre a sua alma, pelo conhecimento de Deus em todos os seus atributos”.

2. O segundo assunto é a severidade do pecado. Para os puritanos, o conhecimento do pecado e o conhecimento de Deus estão inescapavelmente relacionados. Swinnock explica: “O homem nunca chega ao conhecimento apropriado de si mesmo, que miserável deplorável e abominável ele é, até que chegue ao conhecimento apropriado de Deus, a saber, que incomparável majestade Ele é”. Charnock concorda: “Na consideração da santidade de Deus somos relembrados da nossa própria impureza… de forma que sua imensidão deveria nos fazer, segundo nossa própria natureza, parecer pequenos aos nossos próprios olhos”. Em outras palavras, as pessoas chegam a um entendimento apropriado da escuridão do pecado somente à luz da santidade de Deus, porque é então que podem enxergar seu pecado como um ataque contra Deus. Com isto em mente, Joseph Alleine (1634-1668) insta seu público a meditar sobre o “número”, “gravidade”, “deformidade”, e “torpeza” de seus pecados.

3. O terceiro assunto é a beleza de Cristo, que só pode ser devidamente apreciada sobre o pano de fundo da majestade de Deus e a severidade do pecado. De acordo com Alleine: “Enquanto os homens não estiverem cansados e oprimidos, e com seus corações aflitos, não buscarão a cura em Cristo nem perguntarão sinceramente: ‘O que devemos fazer?’”. Quando chegarem a esse ponto, eles verão a beleza do amor de Cristo conforme ele tapa a distância imensurável entre um Deus glorioso e uma criatura pecadora. Isso leva Gurnall a declarar: “Banhe a tua alma com a freqüente meditação do amor de Cristo”.

4. O quarto assunto é a certeza da morte. “Se deseja se exercitar na santidade”, escreve Swinnock, “pense com freqüência no dia da sua morte”. Robert Bolton (1572-1631) direciona seus leitores a ponderar na certeza de que “todos os prazeres, tesouros, e confortos desta vida… precisam todos, diante do choque da morte... ser súbita, completa e eternamente deixados para trás.”

5. O quinto assunto é a finalidade do julgamento. Gurnall lembra: “Certamente você não poderá dormir facilmente enquanto este trompete, que chamará toda a humanidade a julgamento, estiver tocando em seus ouvidos. A razão porque os homens dormem tão tranqüilamente em segurança é que ou não acreditam, ou pelo menos não pensam nisso com a seriedade que se espera”. Com esta letargia em mente, Bolton instrui as pessoas a ponderarem sobre como será dar um relato exato de “todas as coisas feitas na carne”, de testemunhar a revelação de todos os “pecados secretos” e as “vilanias escondidas”, e “ouvir a terrível sentença de condenação a tormentos e horrores eternos”.

6. O sexto assunto é a miséria do inferno. Swinnock descreve o inferno como uma miséria “pessoal”, porque os pecadores perdem os “prazeres terrenos”, os “contentamentos carnais”, o “favor espiritual”, “a sociedade de todos os piedosos”, a “esperança”, a sua “preciosa alma” e “o Deus infinitamente bendito”. Da mesma forma, Bolton fala da “privação da gloriosa presença de Deus, e a separação eterna daquelas alegrias, felicidades e bem-aventurança eternas”. Swinnock também descreve o inferno como uma miséria “positiva”, por causa do que os pecadores ganham, explicando que “os perversos deverão no outro mundo se separar de Cristo para o fogo… Eles não somente serão privados de tudo o que é bom… mas também serão cheios de tudo o que é mau”. Nesse momento, eles ganharão uma “perfeição de pecado” e uma “plenitude de angústia”.

7. O sétimo assunto é a glória do céu. Em termos de ganho “pessoal”, Swinnock diz que os cristãos obterão liberdade do mal do pecado, ou seja, liberdade de cometer o pecado e de ser tentado ao pecado. Eles também obterão liberdade do mal do sofrimento. Em termos de ganho “positivo”, eles receberão a companhia dos cristãos perfeitos, a comunhão mais próxima com Cristo, e a fruição plena e imediata de Deus. Para Baxter, esse ganho é da maior importância. “Eu não tiraria você de outras meditações”, ele diz, “mas certamente assim como o céu tem a preeminência na perfeição, deveria tê-la também em nossa meditação. Aquilo que nos dará a maior felicidade quando o possuirmos, nos fará mais alegres quando meditarmos nele”.

Retirado e resumido de MEDITAÇÃO PURITANA: O PORTÃO DA MENTE PARA O CORAÇÃO, Stephen Yuille.

original completo em:  

Um comentário:

  1. Excelente meditação!
    É realmente fantástico pensar na grandeza do amor de Cristo, unindo a "Majestade de Deus" ao "abismo do pecado humano". Que grande obra!
    fiquem com Deus!

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